segunda-feira, 30 de junho de 2008

Jutlipa - a Prostituta das Fadas...


Jutlipa, de cabelos castanho e dourados como a mais rica e preciosa filigrana, tão pequena como um travesso esquilo e olhos azuis dançantes, seria a mensageira e isca para desviar a atenção de Samiel.
Leila, a Rainha das Nereidas e a que tinha ordenado o rapto de Eleonora para ser mais uma escrava sua, o sabia como esta nereida, uma fada de aspecto humano duma criança de catorze anos, com um peito triangular e pequeno, de olhar muito atraente, nariz pequeno e afilado, orelhas bicudas e lábios tão apetitosos como uvas acabadas de colher, era capaz de seduzir até o demónio mais empedernido e frio. O seu narizinho, miúdo qual um botão de flor, era o mais bonito nariz que uma fada alguma vez podia ter. Com asas de borboleta transparentes e brancas como a seda, Jutlipa dirigiu-se então, mais rápida do que um raio, à entrada do castelo, disfarçada de uma inocente criança humana de quinze anos.
A esperta nereida sabia como Samiel, para além de mulherengo, tinha um elevado cadastro de pedofilia. Aliás, como mais nova, maior seria o desejo e apetite sexual do feiticeiro. E, mal ele estivesse distraído, ela espetaria uma adaga nas costas do desgraçado. Tinha sido, desde criança, preparada para matar demónios, um bruxo adulto seria um desafio ainda maior. Ela sabia que estava a fazer o certo, pois ao assassinar o mais perigoso assassino que toda a Atlântida conhecera, ela seria considerada uma heroína na sua terra, lá, nos altos Alpes…Sim, esta seria a missão da sua vida. De qualquer maneira, tinha lutado muito para chegar àquela posição voluntária, não iria deixar que um castelo tão gótico como aquele a assustasse. Na ala Norte, tudo é escuro com tons azuis-escuros e frios, e uma cúpula de berço, que ilumina uma escadaria comprida de mármore preto, com cada um dos lados dos corrimões de alabastro azul-escuro decorado com figuras de tigres prateados em miniatura, de precisamente dez centímetros de altura e largura, lindamente esculpidos na melhor tradição hindu. Sobre as paredes prateadas e escuras de dez metros de altura pintadas dum papel de parede com vários lírios azuis, estão suspensas várias tochas de mogno preto, com chamas azuis a brilhar na penumbra do átrio. As cinco grandes colunas de mármore preto e branco, cada uma com oito metros de altura e três metros de diâmetro são uma decoração de ordem jónica, perfeitamente trabalhada com vários altos-relevos de cenas de batalha entre bruxos e fadas, o que arrepiava imenso Jutlipa.
Nesta sala, não existem nenhumas portas nem móveis onde nos possamos sentar, apenas uma esguia lamparina de oiro delicado de filigrana pendente duma corrente banhada a prata, dum comprimento de um metro e cinquenta, com a lamparina de cinco centímetros a baloiçar graciosamente, pendurada ao tecto da cúpula pela corrente de prata fina, que até parece milagre ainda não se ter estilhaçado no chão. A lamparina fornece-nos gentilmente um agradável e calmante aroma a incenso misturado com baunilha, com o qual relaxava um pouco a nereida guerreira.
O porteiro tinha-a deixado entrar porque a considerara uma rapariga bonita, e, além disso que agradaria provavelmente o amo.
Com as mãos escondidas atrás da túnica branca, cuidadosamente retiradas das vestes de seda que usava, Jutlipa escondeu rapidamente as suas orelhas pontiagudas e longas, com medo que algum bruxo desconfiasse dela ao ver aquele pequeno, mas invulgar detalhe fisionómico. Ainda bem que tinha ocultado suavemente as asas castanhas-escuras de borboleta, caso contrário, pensariam mesmo que ela era mesmo uma fada, excepto o tamanho reduzido de trinta centímetros. A rainha tinha-lhe preparado uma poção para que a guerreira conseguisse ter uma altura considerável dum metro e sessenta e esconder as asas.
Estava muitíssimo bonita e expansiva, com as botas de cano alto feitas de veludo calçadas até aos joelhos, com a curta saia branca de renda por detrás da túnica, tapando-lhe as coxas e o traseiro humilde, mas espevitado – tal e qual o peito, mas muitíssimo mais suave.
Com o seu cabelo castanho rebelde e solto a dar-lhe pela cinta, ela suspirou, enquanto observava um bruxo que, decerto, a iria receber…

2 comentários:

Anónimo disse...

Excelente. Sensualidade na dose certa. Leve e totalmente envolvente.

kkmilinha disse...

é realmente fantastico o desenrolar do texto,
fascinante mesmo.
é gotico e puro sensualismo...
gostei bastante.