sexta-feira, 24 de setembro de 2010

James Dark Sword - criança no corpo de um homem


"....Se alguém merece um pouco de esclarecimento, esse alguém é o James Dark Sword. Possivelmente, esta é a única pintura ou imagem que encontrei dele sem aquela máscara de porcelana, em que apenas se vê os lábios dele, e mais nada. Não se sabe quem é a criança que corre a fugir dele, mas o cabelo dele - segundo o que dizem as pessoas - pode muito bem ter escurecido para revelar-se ruivo. Dark Sword era, pelos vistos, uma criança de olhos verdes-escuros e uma camisola negra à marinheiro, com umas calçinhas pequeninas e uns sapatinhos vermelhos. Não mudou absolutamente nada.

É por isso que eu não gosto nada dele, é um pouco para o maluco. Um feiticeiro que se fosse parecido com o Assassino do Amor, então toda a gente na Bellanária diria que este chefe escrupuloso, dramático, amante de festas, cavalheiro, sempre com um sorriso na cara - se é o que se pode chamar àquela máscara horrorosa de porcelana de cara - é a reencarnação do Assassino do Amor. Não podiam haver pessoas mais diferentes, segundo a minha opinião. Enquanto que nós sabemos parcialmente algumas coisas sobre Rwebertan Samiel Di Euncätzio, não se sabe absolutamente nada sobre James Dark Sword, nem sequer se é esse mesmo o nome verdadeiro.

Os bellantes mais velhos dizem que ele era, antes da segunda grande guerra, um nobre milionário, um descendente de uma casa nobre ou real qualquer britânica, que foi esquecida pelo tempo. Para além da antiga polícia bellante - ironicamente chamada de Resistência - não se sabia mais nada sobre ele, nem aonde é que vivia, nem como. Só se sabe que tinha uma suposta irmã - Felicity Dark Sword - que sofreu muitos atentados contra a vida. Vivia uma vida de luxo e de prazer, sempre às custas do ordenado que recebia - e de mais outras coisas que nunca vieram à superfície.

De uma maneira ou de outra, James Dark Sword continua a ser um amante da boa vida e das festas, mesmo que isso faça com que ele corra, muitas vezes, perigo de vida. Pelas testemunhas que o viram, ele é um homem alto, bem constituído, de olhos verdes escuros e agradáveis, sempre com roupas bem elegantes (que, até de longe realçam a sua forma acrobática e atlética) , uma capa negra de veludo a cobrir-lhe o corpo másculo, e uma espada muito poderosa presa á cinta, embora o Conde Dark Sword seja um homem de muitos recursos.

Hábil nos flertes e nos galanteios, ele é a única razão pela qual eu e a Serpente de Fogo temos uma coisa em comum: odiamos o homem por completo! Primeiro porque é um dramático teatral de primeira, que quando fala em Inglês, parece que está a recitar uma obra de Shakespeare, segundo porque é um idiota chapado que faz com que a maior parte dos Tienenses o admirem, tanto quanto o temem. Não é como o Assassino do Amor, cujo as pessoas do Norte odiavam de todo. Este homem [o Dark Sword] tem o seu ar de cavalheiro justiceiro, que oferece uma rosa azul a uma dama e recusa-se teminantemente a lutar quando as "senhoras" estão por perto. Enquanto que o Assassino do Amor preferia manter-se nas sombras e não ser visto, Dark Sword faz os possíveis - e os impossíveis - para ser notado pela sociedade de Cyborg Town.

E, quanto a ele, acho que é tudo....e mais uma coisa: o Pedro (o sobrinho cyborg do castigado deus Tezcatlipoca) adora o Dark Sword. Tanto que até costuma compõr canções sobre ele na guitarra. Não que isto ajude lá muito a pastelaria, café, snack-bar do tio Tezcatlipoca, mas o Pedro sempre foi um rapaz muito despistado. ... "

Parte do diário de Jessica von Tifon....porque eu queria desenvolver a personagem da Jessica, e não me ocorria outro texto senão descrever o Dark Sword, que é uma das personagens mais teatrais e exibicionistas que eu alguma vez criei! :D

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Praga, Cidade dos Mil Demónios 5

Cyborg Town, Cidade dos Mil Demónios



Para mim, tens o nome de uma desgraça,

Iminente, ò eterna cidade,

Para mim, o teu nome atrai toda a minha massa,

Massa inteligente, ó amaldiçoado sangue,

Licor de framboesa da minha própria cave!

Sangue de mil demónios que corre pela chave

Da minha própria mente!


Querida Cyborg Town (2x),

No meio da escuridão,

Tão longe da minha imaginação,

Tão longe daquilo que eu possa alcançar,

No meio daquilo a que eu chamo o Negro bazar,

Por entre mil ruas, andarei sempre a me embriagar,

No teu querido perfume alcóolico, Cyborg Town!

(Mas sinto-me aliviada que ainda não descobriram

O cigarro de ópio que me ofereceste, o segredo

Só meu e teu, as cinzas coloridas nunca me feriram

A mente, aquilo que eu tenho de mais negro!)


Contudo, sinto-me atraído por ti, querida Cyborg Town,

Porque não és nada mais que uma reflexão minha,

Um ponto dourado no meio do horizonte,

Que consigo agarrar com o meu monte,

Bem no meio das pernas, bem no meio das minhas enluvadas mãos!


Cyborg Town, a ti pergunto-te,

O que seria de ti, que serias tu?

Sem o teu demónio preferido,

Um monte horroroso de cu!


Na verdade, eu queria falar sobre Praga, não sobre Cyborg Town, mas a musicalidade do poema é tanta que dá para a mesma. Dá para reparar que os Tienenses - os habitantes de Cyborg Town - não são nenhuns santinhos. Mas isto é um pouco a gozar com a minha ideia do Tienense - um mercenário bêbado ou uma prostituta que se droga às escondidas. É verdade que os Tienenses são muito diferentes dos restantes bellantes, mas quem não seria, com uma mistura de tantos povos e nacionalidades - japoneses, russos, alemães, italianos, árabes, nórdicos, irlandeses - na mesma cidade?

A má reputação dos Tienenses é devido ao seu humour mordaz, a forma quase caótica como as ruas estão organizadas, e , claro, ás várias histórias de terror que são contadas, naturalmente, sobre o norte.

As pessoas ficariam espantadas que de entre a população Tienense, só 30% fuma, e 45% bebe como divertimento 3 vezes por semana. Pois é, tal como todos os estereótipos, este estereótipo que eu criei do Tienense está muito enganado, embora uma coisa seja verdade: eles vivem mesmo para a música!