sábado, 21 de agosto de 2010

Falta de Inspiração......

Ok..........antes de tudo, queria dizer que estou um pouco ocupada com o projecto de "animação Cosplay" com a www.lanorthway.deviantart.com.

Ela já está em aulas, e eu estou de férias. Como resultado - completo aborrecimento. Eu gosto muito dela, e só espero que ela consiga fazer o melhor possível para pôr as minhas personagens espectaculares. Até agora, não me tenho queixado. As personagens estão espectaculares, mas ainda estamos na fase dos sketches.

Em segundo lugar, eu adoro escrever com ela os guiões. Muito melhor do que as minhas histórias....E por falar nisso, só queria saber se algum de vocês não gosta das minhas histórias "politicamente erradas" que falam sobre Nazis e tal. É que se não gostam, basta comentarem!


Eu quero que as minhas histórias se adaptem aos leitores, não o contrário! As histórias do Assassino do Amor não estão assim lá grande coisa, portanto não vou publicar mais, uma vez que nunca peguei nelas desde que ando ocupada com o deviantart. ^^;

Mais uma vez, peço desculpa pelo atraso. Queria que vissem um pouco das minhas histórias que publico no dA mas se não querem ouvir de Heydrich para cá e Hitler para lá, então não ouçam! :P

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Cidade dos Mil Demónios 4

Perigosa Fonte de Inspiração

Interno desejo, bela tentação,

Um pedaço de espelho partido

Uma parte de ti que nunca imaginaste ter,

Será que alguma vez conseguirás livrar-te de mim,

Aquele amante que ainda passeia na tua imaginação!

Oooh, loucura de imitação, loucura de inspiração,

Será que alguma vez eu te irá deixar?

Não enquanto eu estiver aqui!

Tu entraste na porta do desconhecido,

Na porta daquilo que não é permitido,

E agora queres-me deixar, queres deixar de ser

Aquilo que mais temes, aquilo que te permite escrever

Doces palavras que ainda te fazem tremer…

Oooh, porta do desconhecido, porta do poder,

Será que alguma vez eu te irei libertar,

Não enquanto me pertenceres!

Não sei o que se passa com a porcaria do blogger, mas parece que não consigo fazer um único espaçamento! :(

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A Morte da Noite das Estrelas (Parte I)


Já alguma vez se perguntaram porque razão as ruas bellantes estão sempre vazias a partir das nove da noite? Porque é que o silêncio se abate sobre estas ruas a partir do momento em que os ponteiros da enorme torre da Catedral dos Sete Feitiços atinge as nove horas?


É porque toda a gente ainda tem medo do Assassino do Amor! A Bellanária pode muito bem ser um império de ilhas moderno, com uma monarquia constitucional dividida em cinco poderes: Poder Real Humano, poder Judiciário, Poder Divino, Poder das classes no Palácio das Reuniões, e o poder Armado, pertencente ao Exército e ao Castelo Negro. De entre os cinco poderes, são as pessoas a cargo do Poder Armado que os Bellantes temem mais. Os bruxos, o Rei dos Bruxos, o chamado "Poder do Tigre Prateado" tem sido assombrado com várias histórias e mistérios. O facto é que a Resistência e os Bruxos têm tentado abafar esses boatos, mas a maior parte do povo bellante sabe a verdade: os Feiticeiros têm muito mais poder do que deviam.


As pessoas não se atrevem a sair à rua precisamente por que têm medo dos Bruxos. Isto acontece mais no Norte do que no Sul da Ilha Capital.


Há muito tempo, a Rainha Meljnar IV - com o merecido cognome de "Severa" e mais conhecida nos textos históricos como Dona Melnjar Aglaia di Neptunvs - não concordava com estas leis, aprovadas pelas várias classes. Tanto humanos, como deuses, feiticeiros, criaturas mágicas, Fadas e outras raças tinham concordado com elas. No entanto, a rainha humana era exactamente contra estas leis porque elas rebaixavam a condição da classe das Fadas, a sua raça favorita. Uma vez que não podia ficar malvista diante da classe que ela tanto protegia, a Rainha decidiu inviabilizar as leis que tornavam possível que as Fadas fossem maltratadas pela classe dos Bruxos.


É claro que a Dona Melnjar IV não sabia com quem é que se estava a meter quando fez suar o martelo no Palácio das Reuniões. Mesmo assim, toda a gente nos lugares ocupados por Bruxo ficou calada quando ela perguntou: "Se há algum dos Senhores Deputados que não esteja de acordo com esta acção, por favor fale agora: Quereis ver as Fadas em pé de Igualdade com as Outras Classes ou não?"


E mesmo assim, ninguém falou. E também ninguém falou sobre a estranha morte de Dona Melnjar IV!




Não se encontrava vivalma naquela noite invulgarmente fria de Outubro, na avenida onde se localizava o antigo Schesrfhafranneegas, a catedral ou templo, onde, os Bellantes, habitantes daquela cidade quente e húmida que era a Cidade dos Deuses, mas, esta, era o lado negro da cidade dos deuses. Descendendo por entre várias colinas, esta cidade era, em pleno Outono, onde as pétalas das flores começavam a cair. A avenida era toda ela coberta por vários pessegueiros, limoeiros, laranjeiras, camélias, cerejeiras, e mangueiras, que despertavam curiosidade nos turistas que, ocasionalmente, por ali passavam. As guitarras choravam nos clubes das “Trovinhas” [1] e dos mercados e palácios resplandecentes na luz do luar, ainda passeavam, por aqueles parques e árvores assombradas pelas próprias sombras da noite sem estrelas, os Phees, as rokorokubis, os dragões desempregados, os centauros, e outras espécies de demónios. Ironicamente, a Cidade dos Deuses ainda estava empenhada de demónios, e todos eles nos bairros mais pobres. Embora a Princesa Swerdinada quisesse muito que esta classe fosse mais respeitada pela sociedade bellante, os humanos fugiam, repugnados daquelas criaturas, que, durante séculos atrás, tinham respeitado e convivido em alegria e paz...



Isso era há dois anos atrás, antes de se ter dado o suicídio de um filho de uma demónio japonesa, depois de ter ameaçado uma das pupilas da Deusa Melnjar. E, depois, porque nenhuns dos demónios que Qerbhat conhecia estavam ali, e isso era porque Sua Majestade, a Rainha Melnjar IV, tinha confirmado a lei antiga que proibia os demónios de sair das suas casas, na Cidade dos Deuses, a partir das oito da noite. Os Demónios eram a alma e o humor tão bem-disposto da Cidade dos Deuses que ponham as pessoas a rir com as suas trapaças e partidinhas cómicas e completamente hilariantes. Mais pareciam uma data de desenhos animados soltos nos bairros, ruas, ruelas, escadinhas, travessas, praças e avenidas de toda a cidade sul, com aquele clima quase tropical que tinha, tão estrambólico como a cara dos gigantes e tão criativo quanto a classe dos Cyborgs, demónios com um aspecto humano e afectados pela doença rara da alergia à própria epiderme e a derme que tinham, obrigando-os a andarem de máscaras e de corpos de metal.



Os párias na sociedade bellante eram os últimos da sociedade de sete classes, a seguir aos Cyborgs. Desde sempre, os demónios são condenados a trabalhos mais degradantes e sujos, são aqueles que trabalham com o morto e com os arriscados de perigo de vida, são eles, normalmente, os carrascos de muitos dos Deuses e dos Bruxos para castigos horríveis, que envolvem a tortura, a decapitação, esfolamento, amontoados de cadáveres, frutos podres, a gastronomia “demoníaca” e outros trabalhos como tráfico de drogas, como outras coisas nojentas e desagradáveis. Estas árduas tarefas eram apenas reservadas a nós, pois não devem ser feitas a ninguém, pelo que, no antigo sistema decretado pela Rainha Melnjar IV, éramos considerados individualmente sujos e nem sequer éramos julgados como qualquer outro ninguém, uma vez que éramos tidos como as criaturas menos humanas da sociedade. Tínhamos de usar roupas que já tinham sido usadas pelos mortos, retalhos esfarrapados e cozidos após um ser humano, um feiticeiro ou um deus morrerem e ser queimado na pira funerária e barco. Nas nossas casas completamente pobres, eles comiam insectos com a comida em pratos de barro que eram partilhados por toda a família e raça.



Vivíamos tão miseravelmente que só mesmo o trabalho nos podia suportar, mas mesmo assim, constituíamos a alegria de Cyborg Town, éramos as estrelas da Cidade dos Deuses, aqueles que mantinham o espírito vivo daquelas que eram as capitais mais vivas da grande ilha bellante. E, quando não havia nada para se alegrar, a gente lá se contentava com as coscuvilhices do dia. Tudo o que queríamos era muitos feriados para festejar, uma vez por dia, as poucas e preciosas felicidades que Deus nos dava. E tudo o que fosse novidade ou não, tinha de ser festejado com a maior pompa e circunstância que o dinheiro que se conseguisse arranjar, e se um homem demónio, fosse de que raça fosse, se dispusesse a casar com uma fada, ou com uma bruxa, então era festa, ou luto geral, por parte de todos os irmãos e irmãs, assim era como nos tratamos, quer tios, quer tios, quer avós, quer primos ou primas, quer mães ou pais.



As Fadas ainda nos davam algumas esmolas, mas nós estávamos bem da vida. Nunca haverá um demónio insatisfeito com a sua raça ou a classe a que pertence. Pelo contrário, somos muito orgulhosos, de nós, e da nossa terra. Não me posso queixar da vida que tive, que, tenho de acrescentar, foi uma vida abençoada, aos cuidados da nossa amiga Sara, a linda Princesa Sara, filha do muito respeitado e honrado Capitão Lornam, que sempre nos respeitou e nos tratou como igual.


Foi por causa dela e da família Lornam que consegui a permissão para vos narrar a história, e como testemunha de tudo o que se passou, é meu dever contar tudo o que se passou e apresentar-me (estavas a começar a ficar curioso quem era, não é verdade?) A nossa família é tão grande que raramente chamamos pelos nossos nomes únicos, que são mesmo os únicos que temos, ou porque os Senhores Divinos não permitiram que tivéssemos apelidos, ou para nos mantermos mais unidos.



Chamam-me por Qerbhat, da raça dos Centauros, que não é mais do que metade humano, metade cavalo, e que negoceia as suas histórias e produtos em troca de outras coisas ainda mais preciosas e raras. Fomos sempre o povo mais antigo de todo aquele arquipélagozinho no Atlântico, conhecido por Bellanária, e creio que somos os únicos que damos apreço por ela e pelos seus frutos. De qualquer maneira, não vim cá para fazer elogios a ninguém, mas sim para continuar a minha história.



Como eu estava a dizer, não havia absolutamente ninguém naquela noite (estarei a tornar-me repetitivo…?), naquela avenida. Poupei-vos à descrição da avenida, porque seria material para dois capítulos de arquitectura e arte de péssimo gosto.


A antiga rainha tirana, a Senhora Melnjar estava destroçada, e cantava em Bellante, uma lamúria muito triste. Tinha perdido o seu escravo feiticeiro, e, ainda por cima, tinha perdido todo o seu luxo e prestígio: estava despenteada, com o batom borrado, e a chorar parecia ainda mais feia! Uma bruxa vendida que já tinha esgotado as suas palavras vazias de amor. Que tipo de tola seria aquela? Que tipo de mulher era aquela, uma concha vazia, um coração vazio que não tinha nenhuma pérola amada? Porque é que ela não podia apaixonar-se, como as outras deusas? Que tipo de lábios eram aqueles que tinham morrido com cada mentira e beijo, …Que a tinham deixado tão solitária? O dinheiro, e o marido que tanto ansiara eram agora as suas eternas maldições! Na verdade, ela gostava muito de ambos, mas jamais poderia amar realmente um homem, e tal e qual a sua odiosa maldição, ela jamais poderia viver sem amar, beijar, acariciar, e fazer amor com aquela coisa tão preciosa que era aquele metal tão precioso denominado por dinheiro!... Agora tinha aprendido a lição de nunca mais ser tocada e beijada a não ser pelo seu verdadeiro amor, mas era tarde de mais, e mais cedo ou mais, a Morte iria levá-la, a questão era: quem é que iria matá-la…?



Ela não se importava de morrer pela pátria, mas…Será que Deus poderia perdoar uma ovelha tresmalhada como ela?... Sentia-se mais zangada do que uma doninha enfurecida, e, acreditem em mim, uma doninha assustara-se com o fedor que aquela história escandalosa da nossa querida Rainha Melnjar e do novo Chanceler da Alemanha, apanhados de mão dada, na véspera do funeral de Sua Senhoria, o Duque Von Tifon. Swerdinada, a filha, estava destroçada, e nunca mais se atreveu a falar com a mãe. É óbvio que esta história já era terrível suficiente para eu desatar a chorar, nem sequer a princesa comentou o acto repreensível da própria mãe. Mas…Seria que ninguém via que ela é que era a vítima!? A Rainha Melnjar estava, de uma vez por todas, entre a espada e a parede, e ela sabia disso.


Bem, as coisas não podiam piorar, disso ela tinha a certeza…!








[1] Música popular da Grande Ilha da Bellanária, aonde estão presentes influências asiáticas e portuguesas do fado de Lisboa. É uma música muito refinada, com uma guitarra clássica bellante, denominada por shenariafsa (voz de flor-de-lótus prateada, pois é utilizado uma palheta feita especialmente de folha e madeira de flor de lótus, para acentuar melhor a acústica do instrumento), de oito cordas e caracterizada pelo seu som melódico e sinuoso, parecido com um cântico ancestral, e por várias vozes e instrumentos de percussão bellantes. Com motivos tristes como a saudade de tempos passados, o sofrimento, a dor, a tragédia, a desgraça, amor e ciúme, a cidade, a alegria, crítica a sociedade, as misérias da vida…Enfim, na grande ilha, diz-se que as Trovinhas são “música dos Demónios”, pois foram estes os criadores dela, lamentando-se e subalternando entre um optimismo nostálgico e um pessimismo inconformado. Esta música é também oriunda dos bairros mais humildes e boémios das cidades bellantes, onde moram a outrora dominante classe dos Demónios.