quarta-feira, 17 de julho de 2013

A Prole de Yekatorya ( Parte I)

Excerpto tirado de "Histórias e Cronologia Geneológica dos Gemmyarkan de Petrybloom", traduzido de Alemão para Português por esta vossa Tifongirl... ! Quando um povo - especialmente um que não é Humano - tem a sua própria língua com um sistema de escrita completamente diferente do sistema alfabético latino, torna-se difícil fazer uma pesquisa clara  sobre as várias tribos de demónios e outras criaturas mágicas.

Comecemos então com a história da prole de Yekatoryaa, uma feiticeira da Tribo dos Onisamtzeka cujo verdadeiro nome o terror dos Gemmyarkan e dos Humanos acabou por lançar no esquecimento.

Esta é a bisneta de Saburou Di Euncätzio, trisneta do Senhor Di Euncätzio - cujo nome também foi esquecido - e uma das mais poderosas bruxas de toda a Bellanária!



Depois da Guerra de Poriavostin, Saburou Di Euncätzio (ou pelo menos, essa é a versão oficial da história nas crónicas e registos Humanos) fora incenerado pela mesma família que o ajudara a conseguir o fogo sagrado para matar o seu meio-irmão adoptivo, há duzentos anos antes do tempo em que se passa esta história… Em 1104, a morte de um dos mais poderosos Onisamatzeka da história Bellante tinha sido confirmada. Mas a sombra de Saburou estendera-se para o seu filho Osamu, e logo a seguir, a sua neta Yekatoryā.  Yekatoryā, cujo nome verdadeiro em Bellante do Norte Arcaico foi há muito varrido dos livros dos Humanos, disputava o território de Cy-bata Teito com o Rei dos Bruxos D’Joll...Um Gemmyarkan da nossa tribo, mas maligno, insano de cobiça e gelado no coração!
D’joll corrompido há centenas e centenas de anos pelo desejo de poder ser o vice-rei de Cy-bata Teito, um dos Gemmyarkan mais velhos que alguma vez viveram e pisaram nas terras Imperiais da Bellanárias. Enok Di Euncätzio, o neto do Senhor Di Euncätzio, designara o velho servo do seu tio Samiel Di Euncätzio, pensando estar a fazer uma escolha ajuizada e justa. Infelizmente, o velho D’Joll já não tinha nada da luz ou da sabedoria do nosso povo.
Ao ouvir os talentos da filha do Senhor Osamu para a música, como qualquer criatura masculina da nossa classe, D’Joll ficou a arder de curiosidade. Foi então, que depois de muitos preparativos demorados e de vários presentes enviados através dos famosos e luxuosos framboeseiros da nossa tribo, o Senhor Osamu e a sua senhora aceitaram o convite de Sua Majestade para virem até ao castelo e entreterem-no com música.
 
Pois se é verdade que nós, Gemmyarkan, somos um povo virado para a poesia e para o Frambinam e para a joalharia, também é verdade que os Onisamatzeka produzem desde os tempos do Senhor Yasunori I Di Euncätzio, uma música incomparável! Mas Yekatorya, ainda na flor da idade de precisamente quinze anos no ano “católico” e Maia de 1114, ficou escandalizada perante os projectos dos pais e achou-os extravagantes. Casar-se com um homem da condição – mesmo sendo uma criatura mágica de sangue – de Benyatzhan D’Joll era uma ideia que fazia-a consciente da sua desonra como herdeira da maldição dos Di Euncätzio.
 
Mas, quando a silhueta dos cabelos fogosos, côr de vermelhão transpareceu sob o véu com cornos dourados da jovem Neta de Saburou, no jantar humilde de quatrocentos e cinquenta convidados, no Castelo Negro, no meio do açafrão e do incenso de jasmim, D’Joll ficou incendiado por uma chama dentro do coração já de si inflamável! Yekatoryā – ele chamou-a assim por lembrá-la a fénix com olhos rasgados e negros que voava, com asas douradas de cisne, e que pensava-se ser prima das Kinnara, mesmo nos Alpes das Sereias.