domingo, 23 de dezembro de 2007

Época Festiva (Special)


Como todos os visitantes dos meus blogs sabem, estou um pouco atrasadinha para fazer um post especialmente de Natal, em que a Jessica Magnetite von Tifon e a família estejam juntos para celebrar esta ocasião especial, mas não se preocupem, porque vou dar-vos um cheirinho do que vai acontecer no primeiro Natal de Jessica na Atlântida:


Caro amigo/a:

Tenho andado mesmo ocupada, porque...Tenho um medo terrível! O General B apareceu no baile de Natal e tirou a máscara que lhe dava protecção.
E, para além de ser cruel e malvado, está interessado em mim e na Sara...
Será ele o meu Padrasto?

«... Dizendo isto, virou-se calculosamente para a sua “ pequena presa”, e, sorrindo para ela, concluiu:
- ...Não é, minha querida?
Ela engoliu em seco, e, embora estivesse cheia de medo, a Sara encheu-se de coragem e alegria, abanando nervosamente a cabeça.
- Bem...Eu até gostava de dançar consigo, General, mas é que eu...
Ao ver que a rapariga continuava tão ingénua como sempre, este interrompeu-a com um ar satisfatório:
- Excelente. É bom ver que está tudo a correr bem...»


mas o corajoso Conde Dark Sword, o chefe da Resistência e o meu hilariante namorado Pedro talvez consigam salvar o dia!


«... Sara olhou nervosamente para todos os lados, para todas as raízes, para todos os arbustos, mas não viu nem uma única folha a mexer-se, apenas aquela voz assustadora a soar cada vez mais perto.
- O vilão vacilou desta vez, e eu vou apanháaaaaaa....
De repente, um dos ramos do carvalho onde a minha amiga estava sentada soltou-se, e, como se houvesse um bombardeamento na floresta, caiu um desajeitado e pesado corpo metálico, mesmo cima da pobre rapariga, fazendo um barulho que espantou as criaturas do bosque. Mesmo que estivesse acordada, não poderia acreditar no que via, um homem charmoso de trinta anos no seu colo. Seria aquele o seu herói caído? Este sorriu, com o seu florete meio enferrujado, e a sua máscara posta de lado, com o fiel e poeirento capote tapando a sua verdadeira identidade. E, enquanto se limpava, os seus motores quase que aqueciam.
- Ups! – Exclamou ele divertido. – Parece que me enganei nos cálculos da aterragem....»

«...Durante uns minutos, olhou um pouco mais para ele e estendeu a mão generosamente com aquele sorriso falso.
- Presumo que você seja o tal rapaz insignificante das entregas “Nuvem Doce”, do qual o Sr. Duque tanto fala ... – Comentou suavemente. – Espero que se recorde todos os dias com quem anda.
Dito isto, apertou a mão a um Pedro desconfiado e inseguro.
O meu namorado não sabia se também podia confiar num bruxo, muito menos num alto oficial da SPV....»


Como é que tu achas que isto vai correr? Ai, ai...Não sei, só o Destino o dirá.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

A caçada de Samiel...


Uma espessa neblina cobriu de súbito toda a zona em que estavam, e a lua desapareceu silenciosamente por entre as montanhas. As fadas amontoavam-se, sentadas em forma de U à volta do lago com os pés à chinês, à espera de ver qualquer coisa.
Anúbis desviou cuidadosamente o olhar, com um pouco de medo e foi beber água a uma fonte que havia num chorão perto do lago.
Néftis tentou olhar para o espelho que trazia sempre consigo e, a tremer, tentou retocar a maquilhagem, enquanto Samiel com um estranho sibilar e, arrastando a lâmina nas poças de água lamacenta, provocou um bizarro som metálico que fez as fadas fixar o olhar nele, contornou o lago até encontrar um sítio onde olhar para todas elas. Com um estalar de dedos, formou por magia negra uma forte labareda roxa, tornando-o igual a um fantasma, apenas vendo-se os seus olhos e o rosto pálido como a cal.
- A lua está a por-se. – Disse num sussurro ominoso. – Consegues ver-me sobre esta luz?
- Vemos-te perfeitamente, Mestre Samiel. – Foi a resposta que veio perto das ervas altas nas margens do lago, como o barulho que o vento faz ao bater no topo das árvores.
O feiticeiro sorriu e acenando o indicador como se chamasse alguém, invocou uma pequena harpa prateada que veio a flutuar até ao local onde ele estava.
- Óptimo. – Exclamou ele. – Jerininantus, o teu bom senhor precisa mais uma vez da tua ajuda!
Um vento agreste cheio de poeira vindo do Sudeste veio em seu auxílio, e, subitamente, todos os seus soldados – os seus outros lacaios, escolhidos a dedo por Samiel – vieram juntar-se à reunião como fogos-fáctuos.
Uma sombra no meio do lago revelou um homem que substitutuiu o Assassino do Amor num espectáculo de fumo vermelho e um trovão revelou um sorriso diabólico, e, nesse momento, os dois deuses aperceberam-se que Neptuno, ao privar Samiel do seu amor, tinha criado o Diabo em forma humana!
O Jerininantus dedilhou cuidadosamente nos frágeis e infímos fios de seda qual hábil guitarrista, e o som que saiu do instrumento era para os ouvidos da sereia algo parecido a...Nada! Não se ouvia nada. Porém, Anúbis, Níftis e as fadas pareciam escutar com uma atenção minuciosa aquele concerto.
O Jerininantus fez acordes estranhos e bizarros, que aos ouvidos “insensíveis” de Claudinitiana soavam ao mesmo silêncio que tinha ouvido antes do pôr da lua.
Como é que podia ser possível alguém ouvir um nada...?!
Sempre ao mesmo ritmo e compasso, sem descanso, mas tranquilamente, acompanhando a triste cena de alguém tocar num instrumento com um zumbido baixo...
As luvas de Jerininantus quase nem se viam e à medida que tocava com precisão ciúrgica em cada corda minúscula com a espessura de cinco milímetros, o seu público ficava ainda mais relaxado e sonolento.
Ao mesmo tempo, o musgo azul-claro morreu e toda a clareira e arredores mergulhou numa profunda escuridão...! Até que por fim, a única luz que restava era daquela harpa; os dedos, as luvas e os olhos dele deixaram-se lentamente de se ver. Este, continuava impertubável, continuando a tocar a harpa.
Anúbis e Néftis deixaram-se ficar petrificados como estátuas, apenas se ouvindo gemidos das bocas deles. Aquilo era simplesmente um espectáculo horrível de se ver. Apenas Claudinitiana olhava sem compreender.
- Classe das Fadas, filhas da Rainha Titânia. – Disse finalmente a sussurrante voz de Samiel. – Conseguem mexer-se sem que eu vos mande? Falem!
- Não, nosso senhor. Não conseguimos mover-nos sem que nos mandes.
- Óptimo! Então, aproximem-se um passo, minhas filhas. – Disse ele, com a voz cada vez mais arrepiante.
As fadas, sem forças, avançaram em direcção ao lago, e mãe e filho deuses, deram também um passo em direcção ao lago, tal como elas, que agora reflectia a imagem dum castelo negro situado no Vale da Morte.
- Mais perto! – Sibilou Samiel, e todos eles se mexeram novamente. – Mostrem aos atlantes e aos seus deuses quem é SAMIEL RWEBERTAN DI EUNCÄTZIO!
Aterrorizada com tamanha visão, a sereia pegou em ambos os deuses para os levar bem longe dali.
- Claudinitiana...Mantém a tua mão no meu braço! – Murmurou Néftis com medo. – Mantém-na aí, senão irei cegamente até ao Mestre Samiel!
- Não estou a perceber nada! – Disse a sereia espantada. – Vamos!
E os três rastejaram com dificuldade até à saída da floresta e, ao verem uma estação, correram imediatamente até lá.
Ao se sentar num dos bancos, são e salvo, Anúbis suspirou de alívio. Como ele etava contente pela Claudinitiana não ser uma dríade.
- Uff! – Exclamou o adolescente – Nunca mais quero a ajuda do Assassino do Amor!
- Foi mais esperto do que nós. – Disse Néftis a tremer. – Mais um pouco e tinha ido parar directamente aos seus braços!
O seu filho concordou, abanando as mãos e todo o seu corpo nervosamente, para certificar-se se o encantamento já estava quebrado.
- Quantas não irão parar ao Castelo Negro antes que o Sol nasça? – Perguntou ele, arrepiado. – Vai ter uma bela caçada, mesmo ao seu estilo.
A rapariga não tinha compreendido nada e olhou os seus dois senhores, muito confusa. Ela não sabia nem se lembrava que tinha sido hipnotizada pela primeira vez quando Samiel a induziu a ir até à sua morada.
Por isso, com as mãos no colo, e com o pé direito húmido a bater no chão, lançou um olhar desconfiado.
- Que significa tudo isto?! – Perguntou. – Só vi um feiticeiro a tocar uma harpa parva que não dava nota alguma!
A deusa começou a ficar zangada, e retribui-lhe o olhar.
- Agora, nós! – Disse ela secamente. – O que é que puseste no copo de água de Eris?
- O quê?! – Exclamou com sinceridade. – Não me lembro de ter posto coisíssima nenhuma no copo da minha senhora!
Foi aí que Anúbis veio em defesa de Claudinitiana, e olhou para a mãe com um pouco de vergonha. Era verdade, ele tinha um fraquinho pela sereia, e já tinha um plano para lhe demonstrar os seus sentimentos.
Mas primeiro, tinha que ganhar a confiança da mãe protectora.
Pondo a mão no ombro da rapariga atraente, exclamou:
- Mãe! A mãe ainda não viu que ela estava sob o poder do Assassino do Amor? Ela não se lembra de nada, pois não?
A sereia encolheu os ombros e abanou a cabeça, corando um pouco ao ver que o rapaz bonito estava a dar-lhe razão.
- Sim, lembro-me vagamente. – Respondeu ela na sua voz de classe baixa, tentando esconder-se. – Excepto a sensação do meu corpo ter sido explorado e estar muito fria. Isso sempre ficará no meu pobre coração!
Assim, Claudinitiana contou tudo o que se lembrava acerca dos seus encontros às escondidas com Samiel, do maravilhoso manjar que comera antes de ser dominada de todo por ele, da vida de escrava que tinha no castelo e, por fim, da melhor maneira de saír do castelo e do Vale da Morte, caso outra rapariga caísse nas garras do Assassino do Amor.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A SPV.... (blog autorizado pela SPV como inofensivo)


A pedido dos nossos leitores, decidi dedicar mais uma vez o meu talento com uma investigação cuidada e bem segura. Há uma nova na entrada do Anel da Serpente, um cartoon semi-pornográfico que é uma demonstração do que os Cyborgs têm de mais cómico: pôr algo que não é verdade: os três homens mais temidos na polícia secreta como mulheres! O general B é louro, é? LoL Na verdade, este é um cartoon que alguns amigos meus da SPV fizeram para gozar com os seus “manda-chuvas”. Cá para mim irrita-me imenso que os Bruxos sejam tão machistas...! Aquilo enoja-me! Enfim, os Bruxos têm cá um sentido de humour

Em todo o caso, a SPV está a tratar agora do Testamento de Neptuno – um texto legal separado em cinco partes do qual já te falei.
Também é verdade que a grande prioridade geral é que uma certa festa corra o melhor possível.
“Capturar e eliminar Cyborgs, o mais imediatamente possível!” é o lema do Departamento do General B. As suas ideias são pouco ortodoxas. Despreza a abordagem directa, pois é demasiado simples, O seu departamento está sempre repleto de planos bizarros para operações cruéis.
E mesmo os poucos que consegue pôr em práctica bastam para o consagrar como um dos chefes de bruxos mais insidiosos, mas também, sem a menor das dúvidas, um dos mais brilhantes desta época nefasta pela qual a Atlântida atravessa actualmente.
Segundo testemunhas, ele nunca sai do Anel da Serpente até, pelo menos às 22:00.
Ninguém sabe donde e quando nasceu, tudo é obscuro e misterioso neste homem, incluindo as suas origens.
Chegou em 1992 como um arrependido ex-agente do KGB – diminuitivo da polícia secreta e organização de espionagem russa desde 1954 até 1991 – de madrugada, vindo da antiga Alemanha do Leste.
É tudo isso que se sabe, a não ser os rumoures não confirmados de ter uma costela nazi.
Não me admira nada, Kzenah Malagheti utiliza-o como seu informador secreto para saber como estão as coisas na Polícia Secreta Atlante.

A SPV, tal como já te disse, é, simultaneamente, uma polícia secreta de repressão e os serviços secretos da Atlântida. Muito bem organizada, por sinal.
Goldtheeth – o chefe da SPV no seu todo – tem dois dos departamentos sob total controlo: os Direitos Civis Atlantes (espionagem interna) e o Departamento L (externa e censura).
O Departamento C, ou mais conhecido por CAP – a Csin Apartmt Poliza – temida por toda a Atlântida e chefiada pelo Coronel-Tenente romeno Julianno Chacal Amarelo. Juntamente com o sub-departamento, foi constituída para combater a oposição ao Partido, efectuar a habitual “supervisão” de todos os pontos de entrada e saída do país, e, ajudar no Departamento L a perseguir os “impuros e imundos”.
“Um por todos e todos por um” é o lema da SPV, ninguém fica sozinho.
O Major Walter Scüller, advogado austríaco de baixa estatura é um intelectual intriguista, astuto e opurtunista, cuja fria eficiência e pendor para o sarcasmo e ironia jornalística são óptimos complementos à mais lata abordagem do General B à actividade de todos os departamentos. O Major chefia com o Coronel-Tenente Hjalmir Menah (antigo cientista iraquiano) o Departemento L e é também o editor do famoso jornal da nossa querida polícia: SPV Order
Pode ser pequeno para um bruxo, mas é tão sexy....A minha meia-irmã Tsuna que o diga...Eh, eh, eh...
Mas essa é uma história diferente e será contada na altura mais apropriada.
Como vês, apesar de existirem os quatro coronéis-tenentes Fuinhas, é Goldtheeth quem manipula esta complexa rede de bandidos e espiões. Quem será Goldtheeth...?
Bom, essa é outra história....

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

"A Píton com Dentes"


A força de luta de um bruxo reside no golpe que o faz arremessar o seu florete ou bala ou tridente. Se conseguirmos imaginar uma lança, um aríete ou um martelo com a potência de quase metade de uma tonelada dirigidos por uma mente fria e silenciosa, podemos imaginar vagamente como era Samiel quando lutava. Bem, digo-te que um bruxo da minha idade pode derrubar cinco fadas de uma só vez, e o Mestre Samiel tinha para aí trinta e quatro anos, segundo as crónicas desse tempo. Quando lutava ou andava à caça, nada mais ocupava a sua cabeça. Os objectivos tinham de ser cumpridos, e, calculosamente, dirigiu o seu primeiro golpe para o centro da multidão que rodeava Anúbis – e que num segundo, foi desmobilizada em silêncio.
As dríades voltaram ao seu aspecto normal e fugiram a sete pés, gritando:
- O Assassino do Amor! É o Assassino do Amor! Fujamos irmãs!
Várias gerações de bruxas, tanto fantasmas, fadas e cyborgs foram assustadas, o que as levava a comportarem-se melhor, diante das histórias que ainda se conta de Rwebertan Samiel Di Euncätzio, o assassino nocturno que se podia esgueirar ao longo dos ramos tão silenciosamente como o musgo a crescer e que tinha levado a grande Eris. Do Mestre Samiel, que se conseguia dissimular ao ponto do barulho dos pnéus da sua limusina a rodarem serem confundidos com o canto dos grilos e das cigarras à noite, tomar a forma de qualquer criatura que alguma vez habitasse a Dimensão Mágica e que conseguia enganar até as raparigas mais espertas e sábias, até que o suposto grilo as apanhava numa brisa gélida de Inverno, muitas histórias e lendas se contam acerca do Assassino do Amor. Samiel é tudo o que uma rapariga atrevida pode recear na Floresta de Cristal e no Vale da Morte, uma vez que nem eu, nem ninguém conhece os limites do poder dele, ninguém consegue olhá-lo nos olhos e nunca ninguém sairá vivo do seu beijo fatal. O que torna uma lenda urbana de “bicho-papão” ainda mais assustadora é de não sabermos como o fazer parar! Toda a gente sabe disso. Por isso elas correram, aos tropeções com pavor, para as seguras árvores e ervas altas.
Anúbis respirou de alívio, o seu escudo de defesa era mais espesso que o de Néftis, mas tinha sofrido terrivelmente durante a luta. Depois, Samiel abriu a boca pela primeira vez e proferiu uma palavra longa e assobiada; ao ouvirem-na, todas as ninfas que estavam afastadas, a fugir espantadas, pararam estéticas onde estavam, aninhadas e encolhidas, a tremer de medo. As ondinas que moravam no lago e as dríades que estavam perto dos juncos interromperam a gritaria. As salamandras juntaram-se silenciosamente a elas, parando as suas tentativas infrutíferas de fazer fogo para espantar o Assassino do Amor. Toda a gente sabe igualmente que nós, Bruxos, preferimos locais escuros e com pouca luz, pois o Mestre Samiel, forçado a viver nos profundos subterrâneos do Vale da Morte durante tantos anos, desabituou-se do Sol, e qualquer contacto a ele era um perigo enorme! Quanto às sílfides, ao ouvirem com os seus apurados ouvidos o bater do coração de ferro do feiticeiro, também ficaram hipnotizadas. Eis o porquê do Rei dos Bruxos ter sempre um coração de ferro: as Fadas detestam o ferro, é o seu calcanhar de aquiles, por assim dizer.
No silêncio que pairava sobre a cidade, a pequena sereia quase que também cessara a sua luta para saír da caserna, mas logo acordou do feitiço.
Conseguiu ouvir Néftis a secar os seus longos cabelos com o calor do seu bafo e de seguida, o brado irrompeu novamente.

Assassino do Amor, assassino do amor!
Qual será a tua vítima desta vez?
Sempre a enrolar os seus anéis!
Sempre a enrolar os seus anéis
nos seus patéticos dedos magros!

Tenta apanhar-nos monstro malvado!
Tenta apanhar-nos, assassino do amor!
A que apanhares, patético homenzinho,
dar-te-á um beijinho!
Mas tua esposa morta, dar-te-á um puxão de orelhas!
Ah, ah, ah! Ah, ah, ah! [1]


Guinchavam à medida que saltavam nos ramos, dando berros como crianças infantis e mimadas.
- Meu filho, tira a sereia da armadilha; eu já não consigo aguentar nem mais um minuto nesta floresta de loucos! – Disse Néftis irritada. – Pega nela e vamos, podem atacar de novo.
Enquanto isso, Samiel certificou-se que as dríades fizessem pouco barulho.
- Só se moverão quando eu mandar! Quietas! – Ordenou ele.
Assim que o disse, toda a clareira permaneceu novamente em silêncio.
Olhou para todas as Fadas imóveis como estátuas, abraçadas umas às outras. A sua voz tinha algo de autoritário que as fazia parar, o que era é que ninguém saberá. Esboçou um sorriso triunfante, e, dirigindo-se para Néftis, este disse: não me foi possível chegar mais cedo, mas penso que ouvi o seu pedido de socorro.
A deusa corou um pouco ao ver que durante a batalha, tinha sido cobarde ao chamar por um homem.
- É...é possível que tenha gritado durante a luta. – Respondeu ela meio envergonhada. – Anúbis! Meu filho, estás ferido?
Lambendo a pata em que se tinha magoado, o jovem deus soltou uma valente risada, e sorriu para a sua mãe-galinha. Ele não era rapaz que chorasse por uns meros cortes.
A seguir, lambeu o rosto de Néftis como apreciação pelo seu enorme afecto.
- Não garanto que não me tenham feito em milhares de cachorrinhos. – Disse ao tentar levantar-se para mudar para a forma humana. – Wow! Aquilo é que foi uma grande batalha! Acho que te devemos a vida, Mestre Samiel.
O criminoso revirou os olhos em forma de desprezo. Ele odiava cenas comoventes. Limpou a capa negra com as mãos e embainhou a sua espada de novo friamente.
- Não interessa. Onde está a ondina?
Foi a vez da sereiazinha dos mares do Atlântico falar, muito chateada, por ninguém lhe prestar atenção.
- AQUI! Numa armadilha, não consigo soltar-me! – Gritou a sua voz dentro do casebre. – Mestre Samiel! O meu senhor à espera de quê? Senão transformo-me numa fantasma!
Ouviu-se também os zumbidos das vespas furiosas:
- Tirai essa intrometida daqui! Daqui a bocado, ainda esmaga a nossa rainha!
O feiticeiro pôs as mãos nos bolsos, ajeitou a capa e riu-se.
- Ah! – Disse Samiel. – Afinal tens amigos por toda a parte, minha menina! Afasta-te! Escondam-se, ò pequeno Povo Amarelo, vou derrubar a porta.
Com um pequeno, calculado e rápido golpe dos “Dentes de Víbora”, duas adagas letais longas e compridas na dobradiça, ele conseguiu reduzir a porta em pequenas partículas de pó.
A sereia saiu pela abertura e foi logo recebida de braços abertos por Néftis, que a encontrou muito fraca e com o cabelo despenteado e cinzento.
Logo a abraçou com delicadeza, e acarinhou a pobrezinha, como se fosse sua filha. Ficou atónita ao ver o estado em que ela estava, e de olhos arregalados, lançou um ar preocupado enquanto tentava pentear o longo cabelo preto da sereia.
- Céus, querida! – Exclamou ela. – Que te aconteceu, até parece que um vendaval passou por esse cabelo!
A sereia agradeceu tanta ternura, e conteve as lágrimas.
- Estou esfomeada, dorida, mas nem uma nódoa negra, Vossa Senhoria. Não precisa de se preocupar. – Dissa a rapariguinha. – Eu estou bem. Mas...Oh, Vossas Senhorias estão feridos!
Anúbis sorriu de contentamento, esfregando as mãos, e apontou para um grupo de cinquenta dríades mortas.
- Não somos os únicos. – Comentou a rir-se.
- Não faz mal, não tem importância! – Disse Néftis muito comovida, com as lágrimas a rolarem da cara. – Logo que cheguemos à Cidade dos Deuses eu preparo-te um bom chocolate quente com bolinhos de queijo fresquinhos.
O jovem deus separou as duas raparigas com a sua força divina e disse num tom seco:
- A mãe já se esqueceu porque é que viemos para cá? Viemos para entregar ao Mestre Samiel a sereia. Afinal, é ele ou não que lidera esta operação?
Um sorriso opurtinista passou no rosto viperino do vilão, e acenou para que a rapariga viesse com ele sem oferecer resistência.
- Estais absolutamente correcto, jovem senhor Anúbis. – Disse num tom muito gentil. – Agora, minha querida, vem cá para os braços do teu senhor...
A rapariga quase sem forças para resistir logo buscou refúgio no seio, cheia de medo, e gritou tão agudo quanto uma divindade dos mares sabe gritar, tentando não olhar para os olhos de Samiel. Começou a derramar lágrimas doces no regaço de Néftis
- PÁRA, PÁRA, monstro cruel! – Soluçou ela. – Chamo-me Claudinitiana! Meus senhores, protegei-me daquele demónio!
Claudinitiana parecia mesmo desesperada por não cair outra vez nas garras daquele diabo.
Desta vez, a deusa recusou o abraço da sereia e empurrou-a para os braços do antigo e negro mestre.
- Talvez seja melhor confessares, Claudinitiana. – Disse ela com sinceridade.
Tudo parecia acabar mal, quando Anúbis sentiu algo pela pequena fada dos mares. Algo que nessa altura, ele mal conseguia explicar, mas que, de certa forma, o incitava para que Samiel não ficasse impune. Chama-lhe dever, chama-lhe até mesmo misericórdia, mas talvez ele estivesse apaixonado pela linda menina.
Mal o malvado ia se encontrar com o corpo da rapariga, um pesado machado de fogo quase lhe cortava a mão e o separou da sereiazinha.
Ao ver que estava a ser interrompido, ele pôs as mãos nas ancas.
- Ora Anúbis, mas que atrevimento o teu! – Exclamou maldisposto. – Essa rapariga pertence-me por direito! Cometeste um erro muito grave, meu rapaz!
Com o machado flamejante a proteger a sereia, Anúbis olhou com desprezo para o seu adversário. No entanto, estava preocupado que o Assassino do Amor simplesmente desfizesse o machado em pó.
- Olha lá, Assassino do Amor! – Disse num tom valente. – Tu...Tu...Tu já não tens presas que cheguem para sete anos[2]? E que tal se ela ficasse connosco nesses anos, e, depois, prosseguirmos com um julgamento justo e sem magia negra à mistura! Não te importas?
O Assassino do Amor virou a capa negra em direcção do vento forte, e, fingindo não estar irritado, suspirou com espirito desportista.
- Claro que não. – Disse calmo. – Dez anos a mais ou a menos...Não me importa o tempo que tenha de esperar para apanhar essa rapariga. Ela vai ser minha, custe o que custar!
Dizendo isto, dirigiu-se para a rapariga, e acariciou ternamente o cabelo preto da sereiazinha com a espada segurada pela sua língua de réptil bifurcada.
- Tu não vais ter os teus amiguinhos deuses sempre por perto, e, quando um dia isso acontecer, vigia bem as tuas costas, porque eu vou estar a devorá-las com azeite em postas!
Soltou uma risada.
Anúbis apontou o seu reluzente machado contra Samiel, olhando-o com desprezo.
- Deixa a sereia em paz! – Avisou o deus. – Senão...
As mãos do feiticeiro enganador automaticamente levantaram-se num acto de falsa humildade.
- Juro pela minha saúde que nada de mal acontecerá à rapariga. – Disse ele defendendo-se. Mas quando se dirigiu para a sereia, falou num tom interesseiro. – Até daqui a sete anos...! Mas agora vai. Vai dormir, pois a lua está a pôr-se[3] e a minha harpa não está destinada a tocar para pessoas como tu.
[1] “Tenta apanhar-nos” é um tema duma canção popular atlante muito famosa que se canta muito nas vésperas do Dia da Magia Negra para espantar o espectro do Assassino do Amor.


[2] Segundo os relatos históricos, Samiel foi banido por sete anos para o Vale da Morte ao se saber que queria culpar a naíade inocente. [3] Quando a lua se põe, no seu círculo internminável como o Sol, diz-se que ainda se consegue ver a silhueta de Samiel na lua a tocar a sua harpa mágica. Maldito aquele que o seguir, pois desaparecerá para todo o sempre!

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

O Lobo Negro


Num ressalto, chegou um grande lobo castanho-escuro, uivando num tom de aviso. Anúbis também tinha o dom da transformação animal.
Ao ouvirem aquele ataque surpresa, as raparigas dispersaram-se, e riram-se às gargalhadas.
Aquilo não era nada para dríades corajosas como elas, e então, chamaram, como se estivessem a rezar, uma oração lugúbre.

Deuses ousados, a pisar a nossa floresta sagrada!
Que os fogos fáctuos vos persigam e que ardem nos Infernos!
Matar, guerra, guerra! Se é isso que querem!
Protegeremos a nossa irmã sereia do Diabo!
Se é isso que querem!
Se é a morte que querem,
faça-se a ira da floresta real!
Deuses insensatos, as vossas lanças não
resistem aos valentes ramos dos chorões!

Se é isso que querem,
Faça-se a ira da floresta real,
SE É A MORTE QUE QUEREM,
FAÇA-SE A IRA DA FLORESTA DE CRISTAL!

Ao acabarem de prenunciar os últimos versos, as dríades trnasformaram-se em terríveis monstros com chicotes como mãos e cascos de diamantes como pés.
Se aqueles dentes arremessados amarelos abocanhassem um único braço de Néftis ou do seu filho, eles estariam perdidos.
Os seus bonitos olhos verdes agora brilhavam de fúria vermelha de sangue.
Os corpos sensuais tinham-se deformado para serem enrugados e terríveis.
Nestas alturas, as dríades só lutam para se protegerem, a elas e aos mais oprimidos. Como se costuma dizer, para grandes males, grandes remédios.
Um tropel daqueles seres deformados em luta, mordendo, arranhando, rasgando e dando safanões. Cem contra dois era muito injusto.
Enquanto cinco ou seis guardavam a sereia, a arrastaram para uma velha caserna desabitada e a empurraram através do buraco do antigo ninho de vespas que costumava ali haver.

Fica aí, irmãzinha!

Lamuriaram as dríades, nas suas vozes desafinadas.

Até que tenhamos morto os teus mestres e depois,
Brincaremos eternamente contigo, se as vespas te deixarem viva.

A pequena rapariga de quinze anos não hesitou em dizer as palavras mágicas em atlante que permitem falar com qualquer animal:
- Irmãs, queridas irmãs, sou mágica, e vocês?
Ela conseguia ouvir um zumbido e um barulho de madeira a ser limpa e arranjada por entre a imundície que a cervava e disse as palavras outra vez, para jogar pelo seguro.
Dentro de nada, conseguiu ouvir várias vozinhas de falsete.
- É mesmo! Todas para o ninho! – Disseram cinquenta. – Fica sossegada e quieta, irmãzinha, pois os teus pés podem magoar-nos.
A sereia ficou tão quieta quanto conseguiu, prescrutando pela abertura e a ouvir o estrondo furioso. A luta continuava renhida, e Néftis lutava pela sua própria vida, suando até aos pés. Nunca tinha tido uma batalha tão difícil, aquelas dríades eram, certamente, adversários de respeito.
A sereia, apercebendo-se que aquela batalha e tumulto tinha sido provocada por sua culpa, gritou com toda a força:
- Aqui! Estou aqui, Vossa Senhoria! Mergulhai no tanque para que consiga recuperar as forças!
Ao ver que a sereia se mantinha fiel aos deuses, a deusa sentiu renovada coragem e lutou como nunca tinha lutado antes. A sua respiração de fogo quase queimava os corpos de madeira das dríades, fazendo-as espernear até à morte. No entanto, algumas naíades no lago, ao verem que as suas irmãs da superfície precisavam de ajuda, tentaram afogar Néftis.
Que mais iria suceder...?!
Anúbis, vendo a sua mãe em perigo, lançou sem piedade setas flamejantes para espantar as dríades que também ajudavam as suas colegas, as ninfas da água.
Foi nessa altura que Néftis levantou o queixo e, em desespero, lançou as palavras para chamar qualquer bruxo.
- Filho de Tsesustan, artifíce da magia negra, eu sou mágica, e tu? – Pois ela acreditava que aquilo não tinha passado duma artimanha do Assassino do Amor para fazer o Egipto perder dois dos seus deuses mais importantes.
Até Anúbis, cercado pelas dríades não pôde deixar de se arrepiar quando ouviu a grande guerreira da noite pedir por ajuda.
Samiel só tinha chegado naquele momento ao cimo da colina, e aterrando, torceu-se tão violentamente que deslocou uma pedra de remate para o lago. Ele não queria perder alguma vantagem, tanto no seu ataque, como no solo e enrolou-se e desenrolou-se várias vezes, para se assegurar que toda a extensão do seu longo corpo estava em boas condições.
Por esta altura, já toda a Floresta de Cristal sabia da batalha. Portanto, vieram ainda mais quinhentas sílfides e salamandras de todos os cantos da floresta, para ajudar as suas companheiras de brincadeiras.
Nessa altura, veio Samiel resoluto, rápido e ansioso para matar....!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Um Plano Sinistro...

Na verdade, apenas Jerininantus, Nimtauk e Dirlent eram os únicos feiticeiros que estavam ali. Nimtauk, um gigante moreno de três metros de altura com a capacidade de se tomar a forma dum lince negro e assanhado das montanhas, era geralmente o carrasco de Samiel. As missões mais arriscadas e que requeriam mais músculos que inteligência, eram essas as que Nimtauk entrava em acção. Instrumento acéfalo nas mãos dum artista exímio, o gigante tinha sido em tempos um rufia viking. Por sua vez, Dirlent e Jerininantus eram “bruxos de confiança” do Assassino do Amor, que estavam ao seu serviço desde os anos de adolescência. Também eles sabiam que o Assassino do Amor não se revelaria “à toa”. A sua aparição, teria, obviamente, de ser discreta, para que assim as dríades ou outra fada não dispersasse por entre os bosques.
Mesmo assim, elas não ligaram às suas consciências, e continuaram a brincar nas margens daquele lago.
Entretanto, com cuidado, Néftis com a sua rede aproximou-se da clareira.
- Acho que isto não é correcto. – Comentou ela, sempre nervosa. – E se as Fadas e as Ninfas não tiveram nada a ver com a morte de Eris?
Uma nuvem aproximava-se pela força do vento, que cobriria a lua e as estrelas. Um pensamento macabro surgiu na mente frágil da destemida deusa «Se aquela nuvem for grande o suficiente, em breve estará escuro como o bréu...! Será impossível de ver as dríades!»
A nuvem poderia trazer uma vantagem a ela. As dríades não lutam, mas chamam a natureza para combater por elas. Além disso, o musgo apenas iluminava um pouco as árvores, não a floresta inteira.
«Se ao menos o Mestre Samiel estivesse cá....ele consegue ver no escuro melhor do que qualquer outra criatura das redondezas.» Pensou enquanto tentava não fazer um único som.
Subitamente, uma vozinha sibilante disse:
- Estavais à minha procura, querida senhora?
Era Samiel, transformado numa enorme píton de dez metros de comprimento, rastejando silenciosamente por entre as ervas, escolhendo o sítio exacto por onde passar sem se fazer notar.
Por mais incrível que podesse parecer, o feiticeiro já tinha rondado aquela zona da floresta durante algum tempo em plena luz do dia. Queria certificar-se do terreno em que estaria a pisar, e com uma inigualável mente de estratega, mandou terceiros para averiguarem cada folha, o vento, a temperatura, cada acontecimento ou evento que se passaria num só galho seria essencial para o desenrolar da “batalha”. Aliás, atento sempre ao mais infímo pormenor, decidiu pôr vigias em todos os cantos da Floresta de Cristal. Por seu lado, estes avisariam os homens do Castelo Negro, e que por sua vez, iriam transmitir a notícia ou a Jerininantus ou a Dirlent. De qualquer das maneiras, nenhum destes ousaria mentir ao Assassino do Amor. Com as grandes riquezas e magias que Samiel Di Euncätzio possuía, o simples acto de contar uma anedota dava para ter uma espada apontada directamente ao nosso pescoço numa questão de duas horas. Fazia ele muito bem rodear-se de informadores, e era por isso que todos o temiam. «O Assassino do Amor tem um pergaminho de cada vida atlante na palma da mão...» Na altura, era uma piada muito popular entre todas as classes, mas não era mentira que todos os que colaboravam com as suas actividades ou que seriam ou eram suas vítimas decerto tinham um lugar na biblioteca de moradas; pontos fracos; a que classe pertenciam; data de nascimento; vida pessoal; doenças; género sexual; ect...
O símbolo da comprida serpente magra cor de terra era adoptada nos tempos antigos como sinónimo de poder e astúcia, por essa razão o Mestre Samiel gostava tanto deste animalzinho, muito comum nos rochedos dos altos picos dos Alpes das Sereias, localizados no Nordeste da Atlântida.
A sua grande cabeça de réptil apontou para um pequeno pinhal à direita.
- Vou contornar o lago através daqueles pinheiros. – Sussurrou ele na orelha da mulher. – E descerei aquela colina verde com o solo a meu favor. Elas não se lançarão a mim às centenas, mas...
- Sei disso! – Interrompeu a mulher. – Aquele Anúbis é sempre o mesmo atrasado! Mas temos que fazer o melhor que for possível para encontrar essa sereia de que tanto o senhor fala. Quando aquela nuvem cobrir a lua, irei para o lago, pois elas estão reunidas numa espécie conselho-por-causa-da-princesa. Além disso, aqueles seus homens não estão ali para enfeitar, não é?
- Boa caçada. – Disse Samiel sinistramente e deslizou na direcção do pinhal.
Este era o menos vigiado de todos os grupos de árvores pelas dríades e a grande cobra deixou-se atrasar até conseguir encontrar uma maneira de trepar até às pedras preciosas que rodeavam os ramos dos pinheiro.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

A calma antes da Tempestade...!


Em primeiro lugar, obrigado pela tua colaboração Arthurius, espero que mais pessoas venham a contribuir para o desenvolvimento do Grito da Verdade
Agora....A continuação da história do Assassino do Amor!
Para além de rico, ter uma alma artística ser maldoso, o Mestre Samiel tinha uma capacidade essencial para os seus planos.
A sua luxúria pelo poder e a sua vaidade dependiam desse dom natural seu. Ele já estava irritado por os deuses terem falado de Neptuno, mas quando mencionaram mais nomes indescrítiveis cujos as fadas customavam chamar ao bruxo, este decidiu encontrar a pequena sereia de uma vez por todas juntamente com os dois deuses.

Este longo episódio relatado pelas testesmunhas vivas - as sílfides da floresta e os trents, o equivalente masculino das dríades - talvez seja um dos mais assustadores e tenebrosos de toda a vida criminosa de Samiel. Ele preferia actuar nos bastidores a puxar os cordelinhos, mas por uma ocasional infelicidade, a sua ira tinha sido desperta. Talvez seja uma das mil razões porque as fadas e os seres mágicos da floresta temem os bruxos. Segundo os relatos da época, esta foi uma das grandes batalhas entre os seres de magia branca e os de magia negra, mas, para o triste grupo de trezentas dríades que habitavam e deram refúgio à ondina, aquela era uma noite calma...!

Ao caír da noite, na clareira da floresta, sentia-se um ambiente mágico no ar, o estranho musgo azul ténue em cada árvore brilhava cada vez mais à medida que a noite avançava. A Floresta da Cristal chama-se assim por este brilho azul pálido que se pode ver do céu e cobre quase dois terços da Atlântida. É uma das maravilhas naturais mais bonitas do nosso país.
O vento soprava sobre os juncos e ervas altas dos muitos lagos pálidos, cuja a água reflectiam o luar. As criaturas da floresta já se tinham retirado para dormir, excepto três vozinhas de lindas jovens que cantavam alegremente.
Até parecia que as árvores e as restantes plantas tinham ganhado vida, mas não era isso. Aos poucos, apareceram três dríades completamente nuas.
Uma escondida por detrás dos chorões com a mesma pele branca de cal e cabelos desgrenhados tão verdes quanto as folhas de um chorão.
Outra, surgiu nas ervas altas verdes-escuras, correndo mais depressa que um servo, com pezinhos finos e magros. A terceira saiu da sua mãe macieira, igualmente com cabelos finos louros como as folhas amarelas do Outono e corpo sensual castanho-escuro como o tronco da árvore. Todas tinham as orelhas muito pontiagudas e narizes aquilinos.
Assim eram e são as dríades, as ninfas protectoras da floresta,seres híbridos, metade planta, metade fada, metade mulher. Brincavam muito divertidas. Dançavam em conjunto, saltavam ao eixo e escondiam-se por entre as árvores e as plantas.
As canções, nesse tempo, estavam unicamente dirigidas a um só alvo, o temível Assassino do Amor. Elas sabiam que era muito perigoso fazerem isso, mas, tal como qualquer espírito livre, adoravam a sua vida sem preocupações.
E algumas vezes, esqueciam-se que habitava um feiticeiro poderoso naquelas imediações. Eram verdadeiras macaquinhas daquela floresta, aquelas malandras...! Mas não o faziam por mal, não. As Dríades não são malvadas, de facto, são muito bondosas e brincalhonas.
Porém, pararam de cantar, e aperceberam-se que seria bom ver as duas princesas de perto.
Toda a gente conhecía – e conhece – a sua ladainha preferida, e que é assim:

Aqui vamos nós alegres, a meio caminho da lua invejosa.
Não invejas os nossos livres passos saltitantes?
Estar com um homem...! Que desdita mulher és tu!
Não gostarias que a cor do teu corpo combinasse
com as cores do arco-íris?
Estás zangada mas isso não importa, irmã, não tens pezinhos delicados de ervas daninhas como nós!

Aqui estamos sentadas num ramo, a pensar sobre o que
Sabemos.
A sonhar com tudo o que vamos conquistar em poucos minutos.
Alguém nobre, inteligente e bom, desejoso que nós lhe partilhemos
Os nossos segredos.
Já nos íamos esquecendo desse rapaz, mas isso não importa, irmã,
Não tens cabelos a esvoaçar sobre o vento!
Mal elas sabiam que duas dezenas de homens as observavam, fascinados com a espantosa beleza do trio de raparigas. Escondidos na escuridão e nas rochas, rastejavam no silêncio daquela noite à procura do sinal do seu mestre. Eram os homens do Assasino do Amor. No seu flanco esquerdo, encontrava-se a deusa Néftis a ver a força das três inocentes meninas.
Elas não pareciam ser nada más, mas.... (continua no próximo post)

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O Grito da Verdade precisa de Ti...!







Olá! Aqui estou eu, a tifongirl (a vossa maravilhosa, linda Jessica Magnetite von Tifon, eu), a pedir que vocês – caros leitores que passam por este túnel de emoções e fantasias – me dêem uma pequena ajudinha.
Eu sei que pode parecer difícil de acreditar, mas a minha fonte inesgotável de criatividade tão famosa parece sofrer duma seca (a culpa foi da SPV, acabaram por descobrir o meu blog e fizeram-me umas quantas interrogações, comecei a ficar preocupada! Num governo totalitário, é sempre assim!)

Portanto, o que vos vou pedir é muito simples: basta darem-me uma pequena ideia qual/quais é/são a/as personagem/ns da Atlântida ou da Dimensão Mágica que mais vos cativa/m ou gostam para o mail c.catigirl@gmail.com, ou comentem um post no http://www.tifon-ogritodaverdade.blogspot.com/.


Como todas as coisas, também tem de haver uma lei, se me enviarem um e-mail, por favor, sigam à risca estas instruções:

· O e-mail não pode ter mais que três paragráfos (princípio, meio e fim)

· De preferência, gostava que me dessem uma imagem de como o – ou os, como quiserem – personagem se assemelha para vocês.

· Originalidade, claro.

· Se tiverem dúvidas, não hesitem em pô-las!

· Por fim, divirtam-se: quero demonstrar o quão estes camelos da polícia secreta não vão triunfar!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

31 De Outubro de 2005 - O Dia das Magias Negras...


Como hoje - daqui a umas horas - é a Noite do Dia das Bruxas (para os mortais) ou Dia das Magias Negras, para os Bruxos, decidi fazer um post ultimamente dedicado às Forças do Mal que actuam precisamente na terrífia noite do Dia das Magias Negras e que se divertem ao mesmo tempo: a Segura Polícia de Vigilância, ou SPV para abreviar.


Existem quatro grandes departamentos:



  • Departamento C;


  • Departamento Di5;


  • Departamento Judicial;


  • e o Departamento L;

Segundo o índice de contagem, existem ao máximo, 10.000 efectivos na SPV, o que é um absurdo, já que cada departamento geral conta com dois mil homens. Os restantes mil são os da liçações com SNI – encarregados das deportações.
O Departamento Di5 é o responsável pela economia e cofres do Estado.
Quanto ao Judicial (a verdadeira polícia), este está dividido em três sub-departamentos: vigilância fronteiriça e relações com o Palácio das Reuniões; Direitos Civis Atlantes, que determina as melhores leis para serem cumpridas caso haja ao que o Capitão Goldtheeth costuma dizer nos seus discursos na televisão como “objecções” e também se encarrega da propaganda ao reino da Serpente de Fogo; e o obscuro Departamento de Segurança, “comandado” pelo “Gineralo B” (ele está no Limbo dos Espelhos neste momento a cumprir pena, mesmo assim, consegue fazer o seu trabalho através dos seus suburdinados como “pombos-correio”), onde os assuntos mais negros e ancestrais da Magia Negra são tratados.


Esse nome do General B é apenas um nome de código, porque ele é só um primeiro tenente. Mas faz o trabalho tão bem como se fosse um general! Por fim, mas não menos importante, o departamento L é o que tem como menbros os carrascos implacáveis que matam, perseguem e torturam os Cyborgs. Também são eles os carcereiros do Limbo dos Espelhos. Considerando o facto que a Atlãntida tem como população treze milhões de habitantes, a SPV poderá parecer a sombra da mão negra que governa com tirania e hipocrisia a Atlântida, mas as pessoas pensam que ela é enorme, porqe a polícia pode contar com um incontável exército de espiões, colaboradores e informadores por todo o país. Assim sendo, ninguém pode estar seguro em lado nenhum. No entanto, o meu primo Coutinho puxou uns cordelinhos para que a SPV fosse mais branda. Como assim?
Bom, eles nunca ferem os Bruxos nem os Demónios. Que reconfortante, não achas?
Ele no fundo detesta a SPV, porque eles andam sempre a bajular a Serpente de Fogo, e isso lembra-lhe os tempos das SS e da Alemanha Nazi, e só de falarmos nisso ao primo, ele fica mais pálido do que um fantasma!O mais estranho é que, à excepção do Goldtheeth, o General B não responde a nenhuma ordem vinda dos Fuinhas, nem dos Oficiais Principais, e nas suas cartas que ele envia à Serpente de Fogo, que são vistas pelo Primo Coutinho, são seguidas por um seguinte padrão: “Como queirais, Vossa Majestade!”; “Assim o farei, se a Princesa o desejar”; “Irei tratar pessoalmente do assunto, Vossa Majestade”; “Sim, senhora minha”; “Sim senhora!”
O resto dos outros, têm um medo de pelar do general (já para não falar de Goldtheeth, mas a maior parte até o chama de “Mano Eddy”), e ele nunca é visto em público, ou a passear na sua limusina, não! Alguns oficiais normais dizem que ele passa a vida a trabalhar no Anel da Serpente.
Mas isso é impossível! Também não os invejo, aos homens da SPV, é claro.
As bruxas não são admitidas, e só os bruxos mais implacáveis e competentes de toda a Atlântida são escolhidos para «...servir e defender com a maior honra e bravura a Rainha de Fogo...».

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O Mestre do Disfarce e da Sedução

Após várias horas e horas de investigação, a falar com os criminosos, traficantes e deuses mais corruptos de toda a Atlântida, mal iam desistir daquela busca inútil, quando o encontraram.
O Assassino do Amor refastelado numa sombria esplanada mesmo escondida do sol da tarde, admirando o seu bonito casaco novo amarelo escuro, pois tinha estado a dormir até ao meio-dia nos últimos dias, preparando o seu disfarce para vir à rua sem ser notado ou caluniado pelas más-línguas. Estava agora verdadeiramente esplêndido e elegante, dez anos mais novo. Tirou com incomparável requinte as luvas sarapintadas de castanho e amarelo brilhante de pele da píton do Vale da Morte (hoje extinta) e começou a dar festas na cabeça fofa do seu gato malhado, lambendo os beiços muito satisfeito, enquanto pensava no seu próximo crime.
- Ele ainda não comeu! – Disse Anúbis aliviado. – Tenha cuidado, mãe!
Ele fica sempre um pouco cego depois de arranjar um novo disfarce e é muito rápido no ataque.
Samiel ao contrário dos que as pessoas comuns pensam, não era de se dar com bruxas ou com mulheres fáceis. Na verdade, quase desprezava as antigas feiticeiras praticantes da magia negra por achá-las covardes, mas a sua força residia no seu abraço. Mal ele lançasse sobre qualquer rapariga aquelas garras afiadas desumanas, nada mais havia a fazer.
Anúbis tentou um sorriso para o poderoso bruxo e tirou a cabeleira falsa típica dos egípcios, como forma de comprimento.
- Boa caçada, ò grande Mestre Samiel! – Saudou baixinho.
Como qualquer mago branco, o Mestre Samiel era um pouco surdo, e a princípio não ouviu nada. Através das gerações, essa surdez iria desaparecer, e, de facto, nós, Bruxos, temos uma audição perfeita.
Depois, levantou-se e ergueu o famoso florete para qualquer eventualidade, e baixou a cabeça confiante.
- Boa caçada para todos nós, - Respondeu ele – Oh, Anúbis! Meu rapaz, o que estás a fazer por aqui?
Suspirou fundo, como se não fosse o criminoso mais procurado de toda a Atlântida e sentou-se de novo, embainhando a espada cuja tantas vidas tinha ceifado.
Com um olhar presunçoso, disse:
- Pelo menos um de nós precisa de comer. Há por aí alguma notícia de caça à vista? Uma garça ou talvez mesmo uma corça? Estou tão vazio como um poço seco.
Samiel sabia quando deveria ser um assasino implacável sem coração e quando deveria ser um respeitado membro da sociedade. Quando se encontrava com deuses e estes lhe desejavam boa sorte para a caça, não hesitava em ficar bem visto pelas gentes e saudar os deuses e nobres da mesma forma bem educada. Nesses tempos remotos, até os deuses iam para caçar e celebrar os seus grandes festins. Rwebertan Samiel Di Euncätzio não era excepção, só que, para além de presas animais, ele caçava raparigas indefesas. Só as deusas ficavam imunes ao seu enorme poder.
- Eu estou a caçar. – Disse Anúbis negligentemente. Ele sabia que não devia apressar o Assassino do Amor. Tudo o que aqueles dois não queriam era um massacre.
Assim, a atenção de Samiel foi captada para o que os deuses lhe estavam a dizer. Levantou-se de rompante, pegou no florete, fingindo-se entusiasmado e esboçou um sorriso que não passou além do canto dos lábios secos.
- Dai-me a permissão para ir convosco. – Disse contente. – Um sopro a mais ou a menos para vós, grandes deuses, não é nada, mas eu, eu tenho de esperar dias e dias a fio, numa vereda do bosque escondido, e de noite disfarçar-me com o nevoeiro da meia-noite na expectativa de uma jovem corça perdida do resto da manada.
A bainha prateada bateu com uma força igual a um leve tremor de terra no solo, só para veres o quão forte era Samiel Di Euncätzio numa idade tão tenra, pois um bruxo comum de trinta anos é considerado como um adolescente humano de vinte.
Era certo e sabido que o feiticeiro estava um pouco mal-disposto porque a sua “corça” tinha fugido. Mas logo ia apanhá-la.
- Raios! A louvável Floresta de Cristal já não é quando no tempo da criação da nossa Atlântida. – Exclamou tristemente. – Quando era um rapaz de cinco anos, recordo-me perfeitamente de tremer só de vir para aqui.
- Talvez a tua fome tenha a ver com esse assunto. – Insinou Anúbis, contendo o riso. Ele sabia como o bruxo devastava a maior parte da floresta para encontrar algo que se comesse.
Samiel por seu lado, ripostou sarcasticamente, com um tom vaidoso:
- Ora que essa! Já agora também tenho culpa que Neptuno tenha a barba do comprimento dum carvalho...Eu sou belo e um fantástico caçador, não um destruidor de florestas lunático. A culpa é do nosso rei ignorante, que chama ao meu dom natural de culto do Diabo, uma coisa que não me atrevo a tocar. Para além desse velho senil, existem aquelas marotas das criadas de Eris, algumas fadas. Na última vez que me arpoximei dum bando delas e fiz um desajeitado som, dispersaram-se e chamaram-me os nomes mais horríveis que se pode imaginar.
- Como Deus da Morte e Diabo Pálido? – Interrompeu Anúbis à medida que entravam na limusina preta de Samiel.
Na Atlântida, no ano 20.0034 A.C, já existiam carros, tais como outras tecnologias indispensáveis. A maior parte dos grandes inventores mortais foram descendentes de atlantes. A nossa moderna ilha até teve a desgraça da Guerra Atómica em 30.000 A.C, e é por isso mesmo que o Vale da Morte se chama assim. Em tempos foi um sítio altamente radioactivo, agora em 2005, já não se ouve falar dessas coisas. Até havia aviões e metros sofisticados nessa altura, por isso não te espantes de eu te falar da limusina do Assassino do Amor.

sábado, 20 de outubro de 2007

Confiança numa Traça....

O Assassino do Amor era, tal como a maior parte dos leitores constatou, um ardiloso manipulador político no Palácio das Reuniões, de tal modo, que até tinha espiões a trabalhar para os seus espiões. Estes segundos mandariam a informação para os homens que trabalhavam no seu castelo, até estaser entregada a Jerininantus, o protegé e braço direito do Mestre Samiel.
Estou a falar-te dum verdadeiro terrorista em pleno Ano 9666 a.C, que tinha ouvidos e olhos por toda a parte!
Mas em tempos de desespero, ele era o único homem a ter os meios e homens disponíveis para salvar o dia.....

A Princesa Sarvahdinada Arco-íris, filha mais nova do fundador da Atlântida, o Imperador Neptuno, famosa já pela sua bondade e beleza, sonhou uma traça que lhe contara acerca duma sereia escrava de Eris perdida nas Florestas de Cristal. Porém, Neptuno intrepectou isso como se fosse exactamente o que Samiel lhe tinha dito na sua carta.
Por isso, este mandara dois enviados especiais para procurar as dríades.
Um deles era um deus egípcio guerreiro de olhos castanhos e uma pele morena e castanha-escura que faria lembrar um muçulmano. O nariz grande e curvo era o ponto mais bizarro no rosto quadrado, mas o seu sorriso agradável aparentava uma alma preocupada com os outros. As vestes castanhas e vermelhas que usava combinava com os invulgares chinelos escarlate frescos, e à medida que andava, apoiava-se sobre um bastão com uma cabeça de chacal.
Era Anúbis, o deus embalsamador e guardião das portas do Vale da Morte.
O outro ao seu lado era uma mulher particularmente bonita, com o cabelo negro cortado até ao pescoço, maquilhagem um pouco exagerada e uns belos lábios carnudos pintados de beje, com vários adornamentos no corpo quase nu tapado por uma túnica branca e transparente. Com ela, vinha uma pequena fada estrangeira, que trabalhava para ela. As mulheres não podiam vir sozinhas à rua, por isso, ou iam acompanhadas por uma escrava ou pelo marido, pai, irmão ou filho mais velho.
Néftis era o nome daquela deusa magrinha de um metro e setenta e oito, divorciada do malvado deus do caos Set e mãe de Anúbis, andava cautelosa entre as pernas de corça, a tremer dos pés à cabeça.
Como mãe, estava assustada pelo seu filho, e como mulher, tinha medo que caísse nas garras de outro homem perverso. Apertou-o firmemente nos seus braços carinhosos e conteve as lágrimas.
- As nossas princesas eram tão lindas, olha no que tornaram graças às dríades e aquelas fadas: não são as mesmas de outrora, vagueiam como almas penadas! Uma faz barulhos do Além, outra até parece um demónio! – Disse ela enquanto passeavam pelas Florestas de Cristal.
Anúbis, habituado às mais bizarras formas fantasmagóricas porque caçava muitas vezes pela Fronteira com o seu padrasto, Seth, não achou a floresta perigosa e, protegeu a sua mãe com o pesado machado longo, sorrindo afectuosamente.
- Minha mãe, e que tal se formos procurar o Mestre Samiel, aquele que rouba irmãs e netas às ninfas de noite? A mera insinuação do seu nome regela as suas mãozinhas de alabastro!
- O que fará ele por nós?! – Perguntou ela em tom ansioso. – Não é da nossa classe porque não sabe o místico segredo dos deuses e com aqueles olhos tão demoníacos...
Apesar de todos os avisos da mãe, o jovem deus de dezassete anos manteve-se calmo e distanciou-se do regaço sensual da deusa de trezentos anos.
- Ele é astuto e sabe fazer poções. Além de tudo, está sempre esfomeado por comer qualquer coisa. – Disse esperançosamente. – Querida mãe, por essa mesma razão, seja corajosa e prometa-lhe algumas das suas escravas. É um homem que se contenta com pouco: fantasmas japonesas, ondinas e sereias são geralmente as sua vítimas, nada vos acontecerá.
- Ele dorme durante um mês depois de ter executado a sua sede de sangue, pode estar a dormir neste preciso momento! Mas mesmo que esteja acordado, e se ele preferir matar as suas próprias escravas? – Respondeu ela rapidamente.
Néftis, que só tinha ouvido falar de Samiel pelos mexeriqueiros das fadas, estava, com toda a sua sinceridade, desconfiada.
Anúbis era um rapaz muito curioso, bravura e artes de guerra não lhe faltavam, muito menos à sua mãe. O problema é que, por vezes, a alma do homem é mais forte que o da mulher, assim, comprendendo a fragilidade de Néftis, este primeiro aconchegou-a junto ao seu tronco forte e másculo e respondeu tranquilo:
- Então, nesse caso, a mãe e eu juntos, guerreira dos desertos, podemos tentar fazê-lo chegar à razão.
Ambos se afastaram, depois daquela conversa positiva, e foram procurar o temível Assassino do Amor.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

"Lar ...Obscuro e Negro Lar!"


Toda a gente, quer seja bruxo, demónio, cyborg, mago, deus, fada, ou outra criatura, tem a sua respectiva casa, aquele lugar em que nos sentimos mais à vontade. E o Mestre Samiel não era excepção...Como veremos neste texto...




Castelo secreto negro, algures no Vale da Morte, conhecido por ser perto da Fronteira e Cyborg Town, ouvem-se elogios amorosos falsos e palavras carinhosas sussurradas pelas paredes. Num quarto amplamente fechado sem janelas, um homem alto com um metro e noventa e três, rosto oval e olhos penetrantes como as íris de um réptil, de trinta e seis anos acaricia com os seus dedos anormalmente ossudos uma beldade em transe.
Subitamente, ouve-se uma trémula batida nas portas negras de alabastro que parece quebrar aquele silêncio inquietante.
- Entre. – Responde o estranho homem friamente.
As portas abrem-se ao de leve, e entra outro homem, com várias semelhanças ao segundo, contudo, mais bem parecido e mais novo.
Antes de se dirigir, o homem de pé faz uma vénia silenciosa e, juntando as pernas, fica em sentido até novas ordens.
A voz grave e ameaçadora como uma tempestade do homem na cama faz-se ouvir mais uma vez:
- Ah, és tu, Jerininantus! Passou-se algo de urgente? Para me vires incomodar a estas horas...
O tal Jerininantus treme um pouco, no entanto, o seu sangue frio mantém-se, curva-se ainda mais, baixando-se de joelhos e com olhar matreiro.
- Meu senhor, tenho boas novas que decerto vos animarão mais do que a rapariga que tendes agora em vosso poder. – Comenta ironicamente, contendo o riso. – Contudo, não posso dá-las aqui....Não é apropriado...
O senhor do rapaz de vinte anos olha maliciosamente para Jerininantus.
- Ah! – Exclama sarcasticamente. – Entendo.
Mal disse aquelas palavras, o bruxo anulou a conjectura do encantamento, e, num breve estalar de dedos, as portas abriram-se por si próprias, rangendo como fantasmas da noite. A pequena náiade abriu os olhos muito assustada e correu o mais depressa que pode para a saída do quarto, consciente do perigo que corria nas mãos daquele psicopata.
O senhor do castelo olhou uma última vez para ela, encolhendo os ombros, qual lobo confiante da sua vitória.
- Ela não irá longe... – Diz com naturalidade. – Mal saia do castelo, será apanhada pelos outros.
Esse tal homem ainda na cama é Rwebertan Samiel Di Euncätzio, que acabava de terminar a famosa virgindade duma das damas de companhia de Eris, uma bonita sereia.
Já sentado no banco de trás na sua limusina vestido a preceito de preto, com o chapéu bicudo de bruxo a tapar por completo o seu rosto disforme e luvas de pele requintadas assentadas para cobrir o horror das suas garras, virou-se para o motorista, Jerininantus, um seu antigo homem de confiança.
- Fazes ideia se o velho tolo Neptuno e as suas duas princesas estarão no julgamento da sereia? – Perguntou num tom opurtunista.
O motorista sorriu da mesma forma traiçoeira que o seu amo, rindo-se estupidamente da pergunta e fazendo sobressair os seus dentes de coelho fiel e pronto a servir.
- Claro, meu senhor! – Respondeu ele divertido. – Toda a elite de deuses e nobres vão estar lá, só porque vós lhes dissestes em vossa carta ontem à noite que a culpa era da rapariga.
Mais uma vez, o dedo indicador passou carinhosamente pelo pêlo sedoso e suave do gato, fazendo-o ronronar satisfeito.
Contente, soltou uma risada maníaca e comentou em tom irónico:
- Sei! E o mais caricato desta situação é que nem Nossa Divina Majestade desconfiou da minha letra! Eh, eh, eh...
O que eles estavam a falar era, de facto, verdade, pois com os seus inigualáveis talentos de sedução e manipulação, Samiel Di Euncätzio desferira outro golpe: através de abraços enamorados no apartamento da menina de dezassete anos, convencera a sereia a trocar o copo de água de Eris por uma poção altamente tóxica que a faria cuspir aqueles sapos todos dentro de dez minutos, tempo suficiente para Samiel se lembrar das palavras mágicas para se fazer ouvir em todo o auditório. E mais, ainda conseguiu, para além da morte da cantora, 36 feridos e três mortos por causa daqueles animaizinhos terem uma pele igualmente venenosa. Ele sabia que a rapariga escrava, e ainda por cima mulher, não teria direito a fazer ouvir os seus direitos, portanto, não só se safaria daquele crime, como também limparia o bom nome, para assim, subir a posições políticas e aristocráticas no Palácio das Reuniões.

O Legado de Eris às outras Bruxas...


Desta vez, falarei do amor ardente que havia entre o Mestre Samiel e Eris. Sim, em tempos de adolescentes eles não eram nada descabidos em relação ao seu amor.

Aliás, o Assassino do Amor fez perder a virgindade à nossa primeira "femme fatal" de todos os tempos.

O vingativo e dramático vilão com a bela e maliciosa mulher. Este conhecido par foi referido em muitos filmes, livros e peças de teatro, mas nunca outro foi tão espantoso ou trágico como o grande Rei dos Bruxos e a Deusa do Caos. Quer dizer, ela foi a primeira bruxa na história da Dimensão Mágica e ele o primeiro bruxo. Nas suas orgias ardentes, o seu amor era proíbido, contudo, os dois jovens continuavam a encontrar-se. Neptuno, tio de Eris, exigia que esta se casasse com um homem que ela não gostava, mas o Mestre Samiel era o homem com que ela sempre sonhara. Ele tinha muitas mulheres, mas só gostava verdadeiramente de Eris.

Por outras palavras, idolatrava-a! O jovem Sami, já sonhando tornar-se no Rei da Atlântida, um dia, sussurrou-lhe no ouvido enquanto a levava a passear numa noite linda em Cyborg Town:


«Vede: tudo isto é vosso, minha rainha. E em breve, darei-vos um trono digno da vossa beleza, junto a mim, ao vosso senhor e servo!»


Ela, a brincar, riu-se, e, sentando-se ao colo forte do "Anjo Samiel", como ela antes o chamava, disse num tom trocista:


«Vós, meu amado Rei, sois o meu trono mais garboso!»


Que, de outras aventuras amorosas e deleites passados à surdina da noite não se espantasse aquele se ouvisse palavras ditas com tanto carinho por um par mais escandaloso como Samiel e Eris.

Mas eles amavam-se, e amavam-se de verdade, era tudo o que interessava para os dois jovens de dezoito anos.

Para todos os deuses, seria a vergonha uma rapariga da sua classe casar com um mago com tendências para practicar a magia negra.

por isso, combinaram com os Di Euncatzio prometer desde cedo o irmão mais velho de Samiel com a pobre Eris.

Mesmo que ela não quisesse, o estrategma resultaria, pois nessa altura, a vontade política era mais forte que o Amor.

Assim, a infeliz casou-se através de uns vapores que lhe poseram "em nome da democracia" com o seu Anjo Sami, mas apenas na sua mente, pois agora era toda de Jamelino Beno Di Euncatzio.

Para desgosto dela própria, viu Samiel enraivecido a assistir à assinatura legal do casamento na sua própria Cyborg Town, contendo-se com as mãos retorcidas, com o ódio a gelar o seu coração.


«Louco, afasta-te ou o teu sangue será derramado!» Gritaram os homens da Família Di Euncatzio e os deuses apontando as suas armas contra ele.

Enquanto isso Eris derramava lágrimas e tremia por detrás do pálido e branco véu como um fantasma, meio louca com a droga que lhe tinham dado, quase que desmaiava lá mesmo naquele lugar.


Enlouquecido pela ira, agarrou-a pelo braço fortemente como bruta fera e atirou-a para o chão, desembainhou o florete, apenas provando a sua louca paixão pela deusa e afastando os clientes.

«Ingrata, amo-te apesar de toda a humilhação que me fazes passar, amo-te...Traíste-me, mulher infiel no sagrado templo do amor, no nosso templo do amor!»


Nessa hora de terror, a Eris, para se defender e não ser morta, lançou-lhe a famosa maldição que lhe transformou de anjo perfeito para malévolo anjo caído.

Eris tinha um cabelo ruivo cor-de-fogo e olhos-azuis lindíssimos, é por isso que eu sinto-me amedrontada só de pensar que eu poderia ser a reencarnação da Eris. Não sou parecida com ela?

Enfim, ela é considerada a mãe de todas as Bruxas e é muito comun ver no Dia das Magias Negras bonecos com a imagem de Eris nua com uma píton enrolada sobre o seu voluptuoso corpo a ser queimada para dar boa sorte. Esta é uma das muitas tradições estúpidas para mim. É um insulto a nós, Bruxas - que eramos queimadas durante o tempo da Inquisição...! (Ver imagem em cima)

domingo, 23 de setembro de 2007

Massacre do Dia das Magias Negra (Última parte)

Precisamente na orgulhosa tarde da grande e última actuação da internacionalmente famosa cantadeira Eris – termo português para cantora de fado ou simplesmente para cantora – o anfitreão que a iria apresentar ao público atlante foi misteriosamente encontrado nas margens do Rio Benção, perto de Cyborg Town, morto com um saco de papel na cabeça e ao ser examinado, encontraram um vírus fatal de febre tifóide que o colocou num estado horrível!
Ao lado do seu chapéu, encontraram também uma carta a dizer:

Damas e Cavalheiros da Nobreza atlante,

Já vos mandei vários avisos acerca de como a Atlântida deve ser governada, porém, até agora, não têm seguido as minhas ordens.
Irei dar-vos uma última opurtinidade: quero que a cantadeira e deusa do caos Eris vá para o Mundo dos Mortais e que, assim sendo, lhe sejam retirados todos os seus poderes, vivendo como uma humana simples lá.
Enquanto isso, sugiro que a nossa linda Princesa Sarvahdinada Arco-íris de Fogo se estreie com a sua linda voz. Acrescento que Eris irá para o mundo dos Mortais muda.
Assim, o espectáculo estará , numa única palavra...IDEAL...!
Arranjarei forma de assistir à estreia da minha querida Princesa até às oito da noite. Se até lá não tiverem executado estas instruções, um desastre para além da vossa compreensão irá acontecer.

Permaneço, assim, meus caros senhores e senhoras, um obediente servo...

ĶĿ
(Assassino do Amor)


Mesmo assim, Eris fez escândalo e berrou o mais que pode para que a sua grande e última actuação não fosse roubada por uma “miúda piolhenta de cinco anos” , como ela chamou á Serpente Arco-íris.
Era este ou não o seu momento de brilhar pela última vez. Ela só pensava em dinheiro ou fama, e não havia dúvida que o Assassino do Amor não lhe metia medo.
Para além de ter o que queria, ela fez questão de convencer todos os convidados a participar num controlo de segurança: sempre que um deles passava pela entrada do auditório, tinham de comer uma maçã dourada do caos, e, se por algum incidente, os seus dentes se partissem aos bocados, ele ou ela teria de ser o Mestre Samiel ou um dos seus homens disfarçado.
Cinco minutos depois da primeira canção, as luzes em todo o auditório e a electricidade falharam, e, de repente, ouviu-se a terrível e ameaçadora voz característica do Assassino do Amor:
- Eu não disse claramente que Eris devia saír da Dimensão Mágica?!
- DESAPARECE DAQUI, SEU SAPO VELHO! – Berrou insistemente Eris muito irritada.
- Um sapo, madame? – Exclamou inocentemente a voz de Euncätzio. – Talvez seja a senhora o sapo!
Mal ele disse aquela frase, a mulher continuou a cantar, mas em vez da sua voz, saiu um carcarejo grosso e nojento.
Uma risada perversa ouviu-se dum homem satisfeito, vendo que o seu plano estava a resultar às mil maravilhas.
Cinco minutos depois, as luzes e a electricidade voltaram e a querida cantora de todos pode finalmente cantar em paz.
O som da sua voz aguda de mulher saía perfeitamente, até que, subitamente, a barriga e a garganta começaram a apertar-lhe severamente os movimentos.
De seguida, teve várias convulsões no estômago, com suores frios e implacáveis, surgidos do nada! Mesmo uma única palavra seria difícil de dizer no estado em que estava.
Em breve, Eris começou a vomitar horríveis sapos da boca, invadindo a audiência de uma sensação desagradável de pavor àqueles bichos vermelhos que saltitavam da boca da cantora.
Até Neptuno ficou transtornado com uma coisa daquelas. Os anfíbios não paravam de saír da boca dela, e ninguém sabia como os parar! Ela lá tentou tapar a boca, mas os pequenos bichos continuavam e continuavam....A partir daquele dia ela nunca mais pode falar. Morreu silenciosamente treze dias depois...!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Massacre do Dia das Magias Negras - parte I








Ainda hoje o Dia das Magias Negras é sinónimo com um massacre ainda maior que o da lenda do Assassino do Amor quer fazer parecer. Esta conspiração sangrenta foi provocada porque Samiel nesta alturaera um homem arrogante e frio; um maníaco sexual cuja única coisa que o fazia sentir-se sentimental era o poder.


Realmente alguns dos seus subordinados afirmaram ser verdade que o seu amo estava louco de todo! Desde os primeiros anos dourados de Cyborg Town que a leve ezquisofrenia e a sede por energia mágica (o sangue que corre numa fada, bruxa, bruxo, cyborg, deus e mago. Os Demónios não têm energia mágica, estão mortos, são como zombies a andar na terra) de mulheres lindas. Quando o longo dia (noite) trabalho acabava o álcool e o sexo era a sua salvação para o cansaço e stress.


Isto não seria problema (sendo o primeiro bruxo, o seu sistema digestivo aguentava aquelas garrafas de licor de pena de corvo com framboesa azeda, bebida típica atlante)...


Enquanto que ele se ocupava de apanhar as ondinas; os seus homens violavam o direito de privacidade ao bater à porta a altas horas a todas as portas brancas, levavam as fadas para a rua e matavam-nas com os seus tridentes com as suas acrobacias e incríveis poderes negros. Na manhã de 1 de Novembro os jornais diziam as atrocidades que “A família Di Euncätzio” tinha cometido: “Noite de sangue, morreram 666 fadas e desapareceram 333 magos!” no News Zone; “O maior crime da Família Di Euncätzio” no Diário Atlante; “Família Di Euncätzio: cacau derretido em energia mágica espalhada por toda a Atlântida!” na revista Fada Cozinheira; “Dignidade já nos sonhos doces dos Di Euncätzio” no Lua de Cristal; “Indústrias Di Euncätzio perdidas no fundo do terrorrismo!” no Novo Guia Essencial para a Atlântida de Platão. O primeiro Dia da Magia Negra tinha sido festejado.
Era mais que óbvio que o reino de terror de Rwebertan Samuel Di Euncätzio de trinta e quatro anos ainda não desabara por completo. Um ano passou-se, e practicamente, todas as fábricas Di Euncätzio tinham falido graças ao Dia da Magia Negra. A família tinha sido arrasada econimicamente social e literalmente. Uma noite, a janela do quarto da pobre e infiel rapariga de trinta e um anos abriu-se de rompante e um homem de uma fealdade indescritível entrou a dentro. Porém, o que viu, fez com que a malvada (Eris também não era nenhuma santa) desatasse às gargalhadas: lágrimas de cristal corriam pelo rosto de pedra do bruxo.



Ele não vinha lá para matar, mas sim para perdoar. Implorou à deusa para que começassem uma nova vida longe da Atlântida e que se o beijasse era suficiente para a salvar da perdição eterna.


- Só peço um beijo, Eris. - Disse segundo alguns criados da deusa. - Esqueci o nosso passado, e tu, meu amor? Ainda é tempo para nos redemirmos dos nossos crimes.


Contudo, a mulher só pensava no quão rica seria quando cassasse com o irmão mais velho do Assassino do Amor (tinham anunciado o noivado há três anos, mas por mais apressada que fosse, Jamelino não era tão extravagante) e o quão mais ricos eles poderiam ser quando reconstruíssem uma pastelaria Di Euncatzio. Jóias, pérolas e diamantes, era o único amor de Eris.
Na sua voz ondulada e sedutora, ela respondeu virando-lhe costas:


- Não será decerto nem hoje, nem amanhã nem nunca que te vou beijar, seu patife! É bem feito que estejas assim, sempre foste um monstro cruel por dentro, agora és mesmo um! Oh, não, não e não...!


A pacîência do Mestre Samiel ainda não se tinha esgotado, por isso ao deixá-la, lançou-lhe um beijo e num súbito vento e nevoeiro branco, a sua voz aterrorizadora soou num tom de ameaça:


- Tem cuidado contigo, Eris...! Este é o último aviso: realmente amas o idiota do meu irmão, é bom que lhe sejas fiel. Seria uma pena vê-lo destroçado por uma porca como tu!

Quanto ao Jamelino Beno Di Euncätzio, foi o único a sobreviver à maldição da praga de Serpente de Fogo (transformando t30% da população no povo Cyborg) da sua família.
Ficou com Eris, mas não por muito tempo: o coração volátil da mulher logo se dirigiu para o governante Neptuno, o Deus dos Oceanos e patrono de toda a Atlântida, que tinha acabado de perder a primeira noiva. Achando uma opurtinidade para se tornar na 1ª dama de toda a Atlântida, Eris cortejou o poderoso deus e expulsou Jamelino Beno do caminho; sem dinheiro nenhum, ele não valia nada, e apesar de todos os constantes avisos de todas as suas amigas para ter cuidado para não "brincar com o fogo", ela fez orelhas moucas quanto ao Assassino do Amor....Erro crasso........!

Continua na próxima parte...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cyborg Town e o Anel da Serpente (Parte III)



Logo que a feira deu os seus frutos finais, já Sami de vinte e oito anos tinha nas suas mãos setecentos homens e dez mil fenixnianos por mês o que equivale actualmente a dois mil euros! – o producto final da feira, tirando o salário dos seus homens e as despesas de “Cyborg Town” – para ajudarem-no na fase 2 do seu grande plano para eliminar e humilhar de uma vez por todas o seu irmão mais velho. Surpreendentemente, contou a boa nova aos seus parentes, incitando-os a pôrem a sua gastronomia à venda nas barracas da grandiosa feira e convidou-os ao primeiro aniversário da feira, com uma grande surpresa reservada para a meia-noite do dia 25 de Junho de 20.005 A.C.
Como um jovem teria arrecadado tanta fortuna e fama em apenas três míseros anos – o “Mestre Samiel”, como ele se intitulava nessa altura, já era conhecido por toda a Atlântida pela sua “terra das maravilhas” – a família Di Euncätzio não queria saber nem estava para aturar o seu “filho prodígio”, pois classificavam o abandono e negação de toda fortuna da família como ele já estivesse morto! E não só vieram à festa como afirmaram ser verdade os romoures cujo contavam que o “Mestre Samiel” estava louco de todo! Os rumoures vieram dar lugar a calúnias, e em breve, em quatro dias o ingénuo sonho cor-de-rosa de Samiel quebrou-se em mil pedaços, e o rapaz encontrou-se novamente na banca rota, humilhado, com Cyborg Town na falência, sem um único visitante! O seu plano nunca se viria a concretizar...?! O seu segredo de fazer fortuna ficaria guardado para todo sempre...........? Aquele seria o fim da fortuita carreira do “Primeiro Bruxo”!?
Além disso, com o casamento de Jamelino Beno Dark Sword com a linda deusa Eris; a família tinha outras coisas com que se preocupar.
O pobre Sami ficou destroçado quando o amor da sua vida passou para o lado do seu pior inimigo!

“O Mestre Rwebertan Samiel Euncätzio chorava copiosamente de madrugada e ao ver-nos dizia com um tom sombrio na voz «estamos perdidos, ó boa gente, estamos perdidos.....”


Ele não tinha tempo para Eris, mas quando o tinha, empenhava-se ao máximo para a conquistar, mas nem todos os seus truques infalíveis para conquistar mulheres resultavam com ela (era a sua “menina do coro” preferida, a jovem deusa trabalhava em Cyborg Town, para demonstrar o seus talentos musicais, e em todas suas perfomances e apresentações, nas raras vezes que se viam nos números em conjunto, notava-se uma faísca de paixão em Sami, porém, o mesmo não acontecia com a rapariga, ela detestava beijá-lo no palco diante de várias pessoas a verem) A última vez que o viu em público foi nesse aniversário onde o transformou num monstro horroroso que ele passou a ser, um rosto que podia parar um relógio!
Mas porquê tanto ódio ao seu irmão mais velho? É que, desde que era um rapaz, Samiel via o seu irmão ter tudo o que queria: bonito, as raparigas mais belas, o mais popular na escola, o menino preferido da família, as melhores notas, os melhores presentes na Páscoa e no aniversário; mas porque razão não gostariam do “Anjo Caído Sami”?!
Samiel era tão bonito como o seu irmão.
De tal maneira o seu reino ficou abandonado, que agora, ele vivia num castelo negro que ele tinha feito, desde cedo fora a primeira obra mencionada no seu interminável poema, quase a morrer de fome, e ficou tão perturbado, que a mente ficou mais malvada a cada dia horrível que passava!
Desta vez, ele jurou vingança não só ao irmão ou à própria família, mas também à Atlântida inteira, prometendo de corpo e alma que um dia, ele seria o homem mais poderoso de toda a Atlântida.
Mais um plano surgiu no seu cérebro fértil. Com o dinheiro que ainda restava, comprou um Rolls Royce, rápido, lustroso e moderno; mandou os seus homens forjarem uma espada fina, um florete fatal juntamente com a tindrite, mortal ao contacto com a pele de qualquer deusa, nobre, ninfa ou fada; enfeitiçou com as suas artes negras a sua harpa, tornando-a irressístivel e com um efeito hipnótico para qualquer mulher que a ouvisse; vestiu as suas vestes pretas, pôs um chapéu de feltro igualmente preto, calçou umas botas de cabedal negras; calçou umas luvas negras de pele de uma raposa negra que morrera numa sexta-feira 13; e ordenou todos os seus homens para que fizessem o mesmo com os restos dos seus salários, comprando as mesmas roupas que ele, mas que não comprassem um carro, mas sim um tridente. Ensinou apenas os feitiços de magia negra mais simples que conhecia, e disse com a sua voz falsetto terrível para um homem de certa idade (trinta e três anos!):

- Vão até às casas das fadas e magos e tragam pelo menos três exemplares de lá; quer de boa vontade ou à força da violência! Digam aos vizinhos e aos sobreviventes que foram os Di Euncätzio que vos ordenaram fazer isto e que nunca mais irão ver essas queridas pessoas dessa forma!!!!!!!!!!!!! A propósito, as duas Princesas sempre quiseram vir ao meus domínios, temos de as convidar qualquer dia..........

Assim tão determinado o disse e assim o fez: na noite de todos os santos tocou a harpa docemente, apresentando-se como um jovem garboso, de vestes pretas guiando suavemente montado no seu brilhante carro de luxo qual mocho da noite observando as ondinas a brincar lá em baixo na fonte de Kali da Avenida Principal, e outros seres femininos elementares entoando canções atrevidas, que escarneciam do poderoso e humilhado bruxo. Atraía as pequenas e malandras criaturas aquáticas para saírem da fonte e da água, chamando-as com bonomia «Lindas donzelas sobrenaturais, senti-vos infelizes acorrentadas nessa minúscula fonte para toda a eternidade? Vinde comigo, sei dum sítio onde todos os dias são de fartura e prazer, deixem-se encantar pela maravilhosa música do Mestre Samiel....» Ele prometía-lhes doces e uma vida de princesa, mas o que tinha reservado para elas era bem diferente: uma vida de escravatura, forçando-as a serem sacrificadas para os seus pervertidos e impensáveis actos sexuais, esquartejando-as depois quando estavam “inúteis”, deixando-as nas ruas em toda a Atlântida com a assinatura e o selo da família Di Euncätzio numa carta de amor. Assim nasceu a lenda do Assassino do Amor e da má-reputação de Cyborg Town, mas ainda não te contei porque razão o Dia das Magias Negras é festejado. Isso fica para outra vez.... (Risadas sinistras minhas)

sábado, 1 de setembro de 2007

Os Demónios - milénios de discriminação


Na minha carta falei acerca das fantasmas das amantes do meu tetrabisavô, e tu deverias ter-te perguntado ao lê-la:

De que classe são os fantasmas...?

Bom, os fantasmas são da classe dos Demónios e geralmente eles são os “bodes expiatórios” – juntamente com os Cyborgs – de todos os crimes que nós, Bruxos, cometemos, e são tratados com tal crueldade que não importa se são assustadores ou não, nós é que somos os mestres deles. A maior parte dos Demónios vive na Fronteira, atrás das fortes grades dos portões da Fronteira entre o Mundo dos Mortais e a Dimensão Mágica....Grande mentira hipócrita! Ainda existem alguns demónios e fantasmas que assombram a maior parte de toda a Atlântida, mas que nunca entraram no sagrado Palácio das Reuniões isso é verdade.
Se te perguntas porque somos superiores, aqui está a Pirâmide de Classificação Atlante, ou mais conhecida por PCA, estabelecida pela SPV em 6 Junho de 20.006 A.C.




  1. Deuses


  2. Bruxos


  3. Nobres


  4. Fadas


  5. Magos Brancos


  6. Cyborgs


  7. Demónios

Como vês, isto da discriminação entre classes já dura muito, mas depois da Guerra de Poriavostin, a PCA mudou mais ou menos assim:


Deuses

Nobres

Fadas

Magos Brancos

Bruxos

Cyborgs

Demónios


Até agora, a PCA mantêm-se mais ou menos assim:

Deuses

Nobres

Magos Brancos

Bruxos

Fadas

Cyborgs

Demónios


Foi assim que está e nunca mais vai mudar, até que aqueles deformados decidirem tomar controlo, é por isso mesmo que nós, Bruxos, estamos aqui, para assegurar que malandrins como as fantasmas das amantes do Duque Hermann von Tifon exagerem. E não achas que somos bastantes assustadores que aqueles demónios asiáticos da treta? Nós, os Bruxos, somos malvados, mas ao contrário dos Demónios, temos requinte... eh, eh, eh...!


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sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Próximos Episódios de Almas Siamesas - Amor Antigo

Atenção a todos: os próximos episódios das hilariantes histórias da família von Tifon e da misteriosa Atlântida estão a chegar.

General von Tifon - Jessica, que estás a fazerr no pc?

Nada, Priminho, agora faça favor de saír do meu quarto, ai que cusco!
Agora, como eu estava a dizer, acabei de saber novas acerca da minha vida e mal posso esperar para tas contar.
Por exemplo, parece que o Primo Coutinho r a Serpente de Fogo depois daquela discussão terrível, começaram a "derreter".
Não achas que eles fazem um bonito par? xD
Depois, o Nalden teve um sonho singular.... ;)

Tenente Otto Nalden - Fraulein Jessica, já está escrever outra vez? Espero que não seja acerca de mim!

Claro que não! Eu nunca digo mal de ti atrás das tuas costas! Agora, podes deixar-me sozinha, sim?
Pronto, estamos finalmente sozinhos, portanto, o Nalden está com o amor ao virar da esquina.... eh, eh, eh........!

Mais não posso contar, por isso, só me resta dizer: um grande abraço da tifongirl para todos!

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Cyborg Town e o Anel da Serpente (Parte II)


Como é que esta armadilha gigante nasceu? Quando é que esse ta 1º bruxo conseguiu transformar uma "Ilha dos Prazeres" com um cocktail de auschwitz com Las Vegas?!


Para isso, temos de recuar vinte mil anos atrás, precisamente na altura onde Neptuno ainda reinava justamente sobre a Atlântida e quando não exisitiam nem Bruxos, nem Cyborgs, nem Demónios, apenas Deuses, Nobres, Fadas e Magos coexistiam em paz e harmonia naquele paraíso na Dimensão Mágica!

Nessa altura, a palavra "feiticeiros" era apenas atribuída a uma família: os ricos Di Euncätzio eram uma família de cozinheiros e músicos, mas o seu trabalho principal era a pastelaria, a chocolateria e a gastronomia. Eram também os magos mais poderosos de toda a Cidade Perdida, naquele tempo considerada a capital internacional da economia e comércio na Dimensão M+agica. Dizia-se que os seus doces, sopas, enchidos e iguarias tinham um sabor tão especial e aspecto irressístivel devido a um tempero que jamais revelariam.

Ora, o segundo filho mais velho da numerosa família – Rwebertan Samiel Di Euncätzio – não ligava tanto ao negócio do seu clã, mas se o pequeno “Sami” de vinte e cinco anos adorasse a sua harpa e considerasse como seu único e melhor amigo sim, isso era verdade!

Jamelino Beno de vinte e seis anos preferia as magias ocultas do alquimismo para alcançar o que nenhum Di Euncätzio conseguira, transformar o seu cacau esmagado em tindrite peperita, a versão mais tóxica da hortelâ-pimenta, que ao entrar em contacto com a pele, dizia-se provocar palidez súbita; mas o seu uso como afrodísiaco e aroma de doces era divinal!
O segredo e tempero da Gastronomia Di Euncätzio baseava-se em temperarem a comida com um pouco de milemnite peperita, a hortelâ-pimenta atlante, só encontrada na Floresta de Cristal na Zona Histórica, uma planta deveras rara. Com a tindrite peperita, Jamelino Beno seria concerteza o próximo chefe das indústrias Di Euncätzio e ser o homem mais rico de toda a Atlântida.

Ao saber disso, Sami ficou tão invejoso que decidiu não só copiar a ideia do “mano James”, como também aperfeiçoou o engenhoso plano: com o dinheiro que o chefe da família lhe dava, comprou um terreno baldio de exactamente 30.000 mil metros quadrados, um inteiro districto abandonado da atlântida, a precisar de algumas obras. O astuto Sami meteu logo mãos-à-obra, deu corda às sandálias, e começou logo o seu árduo trabalho apenas com uma pá; cinquenta km de arame farpado; um mapa do districto vazio; uma folha de uma ode sua à infância; e aproximadamente cinquenta fenixinianos num pequeno saco, ou seja, dez euros certinhos.
Durante dia e noite, o rapaz não descansava, cavando profundamente no solo, seguindo as instruções do mapa e do insignificante poema.
O seu esforço valeu-lhe imensos calos nas mãos e nos pés e uns músculos que atraíam as pequenas fadas que observavam com admiração a dura tarefa do mago, porém, um ano depois, viu a sua obra-prima terminada: um pequeno laboratório e feira de diversões onde as criaturas mágicas mais novas estivessem a salvo dos perigos. Chamou-lhe Cyborg Town, mas esses eram os dias jovens do pequeno Samiel de vinte e seis anos, aquilo assemelhava-se mais a um “Portugal dos Pequenitos do que uma enorme metrópole de diversão e prazer. No entanto, a sua música atractiva e os megafones soando a aguda voz jovem de Euncätzio a convidar ternamente as crianças, fadas, e toda a espécie de ninfas a entrarem no seu mundo de alegria e jogos do mais bizarro que se pudesse alguma vez imaginar parecia algo provido de uma mente distorcida e pueril....!” Mas Sami era um génio sem dúvida, os seus doces, tabaco e chocolates pareciam ser a resolução para vários problemas diplomáticos no Palácio das Reuniões, e o seu país de sonhos com que sempre visionara desde pequeno crescia e crescia..........
Em breve, a sua cara estava estampada em todos os jornais atlantes ora tratado como “O novo Midas que toca em Chocolate e o transforma em ouro!” no News Zone; “Doce Mulherengo faz fortuna com Feira-Popular” no Diário Atlante; o prémio “O Pasteleiro do Ano” pela revista Fada Cozinheira; “Mago que adora crianças cria o parque temático mais inadecritável que a Atlântida alguma vez viu no último milhão de anos” no tablóide Lua de Cristal; “Cyborg Town – primeiro dia de trabalho: 999 visitantes!” no Guia Essencial para a Atlântida de Platão.
A câmara e os pappaparazzi adoravam-no: um jovem que tinha chegado a um nada e tinha feito desse nada a sua eficiente galinha dos ovos de ouro era ou motivo suficiente para capa de uma revista, ou para primeira página de um tablóide qualquer vindo num quiosque. Toda a gente queria conhecer o bizarro e excêntrico génio de centenas de invenções, engenhocas e locais entre os quais destacavam-se: a roda da extrema “Fartura & Tortura”; o “Desfiladeiro dos Terrores”, um assustador comboio fantasma em escala natural que tinha a capacidade de 100 passageiros, em que, no meio do percurso de fantasmas havia uma irónica minipeça com marionetas, representando a família Di Euncätzio, e o mais arrepiante era que não havia uma marioneta do pequeno Samiel, mas que as marionetas Di Euncätzio eram muito más para com uma pequena harpa, eram! Havia também o fantástico restaurante com boa música e vinho “O Cavalheiro”; o cinema com 300 salas “Sonhar No Escuro”; e, por fim, o erótico hotel, o grandioso e enorme castelo “Palácio dos Prazeres”. Havia, porém algo mais tentador do que todas as outras diversões para as crianças, uma casa dentro do próprio castelo, essa casa era o sítio onde as poucas fadas que se atrevíam iam pedir ao próprio Rwebertan Samiel Di Euncätzio um doce ou dois.
Nessa “Casa Anónima”, aconteciam coisas estranhas e desconhecidas, que apenas o Mestre Samiel sabia..................!
De pobre feira da ladra a parque temático para miúdos e graúdos, tanto para os trabalhadores que ajudaram Cyborg Town a tornar-se uma realidade como para Samiel, aquela cidade era uma autêntica mina de ouro.




Para a próxima semana, continuarei com esta história!!!!!!!