sexta-feira, 11 de março de 2011

O Assassino do Anjo

Como um fogo a arder na minha alma,
Eu tento compreender o que assole a tua aparência calma,
Uns olhos estranhos, que flutuam no meio do mar de tantas mentiras,
Tu não sentes, tu vives aquelas mentiras, aquelas pequenas tiras,
Com o coração, tu escreves o sangue das tuas próprias palavras,
Sabes o que é que penso acerca de ti, acerca dessas faces calvas?
Que, se tu quisesses, a tua amada, deste enorme poço sem fundo,
Deste labirinto negro, construido pelas mãos de um artista louco, a mim salvavas!


Tive um sonho, pequenino, como uma semente de mostarda,
A espreitar no meio dos teus lábios doces, havia uma pequena e escura lagarta,
Dos seus picos, saíam mil e um venenos , fatais para a humanidade,
Serei eu capaz de aguentar tal prisão, serei eu capaz de, através dos teus lábios,
Estar presa para todo o sempre à calamidade.
Não serás tu o assassino, não serás tu o frio tentador?
Sabes o que é que eu queria fazer agora mesmo, com esta apimentada dor?
Se tu quisesses, eu podia ser o teu anjo salvador.


Mas este anjo já foi apunhalado nas costas, das suas asas saem flores vermelhas,
E, para concluir esta maravilhosa canção, de entre todas as abóboras feias,
Será a que está mais podre, a que tu amarás mais?


Inspirada num poema de Fernando Pessoa...queria fazer com que todos os versos rimassem, só espero que tenha conseguido.

Um poema que não tem nada nada a ver com as minhas histórias para começar em beleza o mês de Março!