terça-feira, 4 de setembro de 2007

Cyborg Town e o Anel da Serpente (Parte III)



Logo que a feira deu os seus frutos finais, já Sami de vinte e oito anos tinha nas suas mãos setecentos homens e dez mil fenixnianos por mês o que equivale actualmente a dois mil euros! – o producto final da feira, tirando o salário dos seus homens e as despesas de “Cyborg Town” – para ajudarem-no na fase 2 do seu grande plano para eliminar e humilhar de uma vez por todas o seu irmão mais velho. Surpreendentemente, contou a boa nova aos seus parentes, incitando-os a pôrem a sua gastronomia à venda nas barracas da grandiosa feira e convidou-os ao primeiro aniversário da feira, com uma grande surpresa reservada para a meia-noite do dia 25 de Junho de 20.005 A.C.
Como um jovem teria arrecadado tanta fortuna e fama em apenas três míseros anos – o “Mestre Samiel”, como ele se intitulava nessa altura, já era conhecido por toda a Atlântida pela sua “terra das maravilhas” – a família Di Euncätzio não queria saber nem estava para aturar o seu “filho prodígio”, pois classificavam o abandono e negação de toda fortuna da família como ele já estivesse morto! E não só vieram à festa como afirmaram ser verdade os romoures cujo contavam que o “Mestre Samiel” estava louco de todo! Os rumoures vieram dar lugar a calúnias, e em breve, em quatro dias o ingénuo sonho cor-de-rosa de Samiel quebrou-se em mil pedaços, e o rapaz encontrou-se novamente na banca rota, humilhado, com Cyborg Town na falência, sem um único visitante! O seu plano nunca se viria a concretizar...?! O seu segredo de fazer fortuna ficaria guardado para todo sempre...........? Aquele seria o fim da fortuita carreira do “Primeiro Bruxo”!?
Além disso, com o casamento de Jamelino Beno Dark Sword com a linda deusa Eris; a família tinha outras coisas com que se preocupar.
O pobre Sami ficou destroçado quando o amor da sua vida passou para o lado do seu pior inimigo!

“O Mestre Rwebertan Samiel Euncätzio chorava copiosamente de madrugada e ao ver-nos dizia com um tom sombrio na voz «estamos perdidos, ó boa gente, estamos perdidos.....”


Ele não tinha tempo para Eris, mas quando o tinha, empenhava-se ao máximo para a conquistar, mas nem todos os seus truques infalíveis para conquistar mulheres resultavam com ela (era a sua “menina do coro” preferida, a jovem deusa trabalhava em Cyborg Town, para demonstrar o seus talentos musicais, e em todas suas perfomances e apresentações, nas raras vezes que se viam nos números em conjunto, notava-se uma faísca de paixão em Sami, porém, o mesmo não acontecia com a rapariga, ela detestava beijá-lo no palco diante de várias pessoas a verem) A última vez que o viu em público foi nesse aniversário onde o transformou num monstro horroroso que ele passou a ser, um rosto que podia parar um relógio!
Mas porquê tanto ódio ao seu irmão mais velho? É que, desde que era um rapaz, Samiel via o seu irmão ter tudo o que queria: bonito, as raparigas mais belas, o mais popular na escola, o menino preferido da família, as melhores notas, os melhores presentes na Páscoa e no aniversário; mas porque razão não gostariam do “Anjo Caído Sami”?!
Samiel era tão bonito como o seu irmão.
De tal maneira o seu reino ficou abandonado, que agora, ele vivia num castelo negro que ele tinha feito, desde cedo fora a primeira obra mencionada no seu interminável poema, quase a morrer de fome, e ficou tão perturbado, que a mente ficou mais malvada a cada dia horrível que passava!
Desta vez, ele jurou vingança não só ao irmão ou à própria família, mas também à Atlântida inteira, prometendo de corpo e alma que um dia, ele seria o homem mais poderoso de toda a Atlântida.
Mais um plano surgiu no seu cérebro fértil. Com o dinheiro que ainda restava, comprou um Rolls Royce, rápido, lustroso e moderno; mandou os seus homens forjarem uma espada fina, um florete fatal juntamente com a tindrite, mortal ao contacto com a pele de qualquer deusa, nobre, ninfa ou fada; enfeitiçou com as suas artes negras a sua harpa, tornando-a irressístivel e com um efeito hipnótico para qualquer mulher que a ouvisse; vestiu as suas vestes pretas, pôs um chapéu de feltro igualmente preto, calçou umas botas de cabedal negras; calçou umas luvas negras de pele de uma raposa negra que morrera numa sexta-feira 13; e ordenou todos os seus homens para que fizessem o mesmo com os restos dos seus salários, comprando as mesmas roupas que ele, mas que não comprassem um carro, mas sim um tridente. Ensinou apenas os feitiços de magia negra mais simples que conhecia, e disse com a sua voz falsetto terrível para um homem de certa idade (trinta e três anos!):

- Vão até às casas das fadas e magos e tragam pelo menos três exemplares de lá; quer de boa vontade ou à força da violência! Digam aos vizinhos e aos sobreviventes que foram os Di Euncätzio que vos ordenaram fazer isto e que nunca mais irão ver essas queridas pessoas dessa forma!!!!!!!!!!!!! A propósito, as duas Princesas sempre quiseram vir ao meus domínios, temos de as convidar qualquer dia..........

Assim tão determinado o disse e assim o fez: na noite de todos os santos tocou a harpa docemente, apresentando-se como um jovem garboso, de vestes pretas guiando suavemente montado no seu brilhante carro de luxo qual mocho da noite observando as ondinas a brincar lá em baixo na fonte de Kali da Avenida Principal, e outros seres femininos elementares entoando canções atrevidas, que escarneciam do poderoso e humilhado bruxo. Atraía as pequenas e malandras criaturas aquáticas para saírem da fonte e da água, chamando-as com bonomia «Lindas donzelas sobrenaturais, senti-vos infelizes acorrentadas nessa minúscula fonte para toda a eternidade? Vinde comigo, sei dum sítio onde todos os dias são de fartura e prazer, deixem-se encantar pela maravilhosa música do Mestre Samiel....» Ele prometía-lhes doces e uma vida de princesa, mas o que tinha reservado para elas era bem diferente: uma vida de escravatura, forçando-as a serem sacrificadas para os seus pervertidos e impensáveis actos sexuais, esquartejando-as depois quando estavam “inúteis”, deixando-as nas ruas em toda a Atlântida com a assinatura e o selo da família Di Euncätzio numa carta de amor. Assim nasceu a lenda do Assassino do Amor e da má-reputação de Cyborg Town, mas ainda não te contei porque razão o Dia das Magias Negras é festejado. Isso fica para outra vez.... (Risadas sinistras minhas)

2 comentários:

Unknown disse...

Magnífico texto! Gostei muito desse personagem (Samiel). Um vilão complexo e realmente mau...

Não sei por que, mas me lembra um pouco o Lúcifer da crença judaico-cristã.

Unknown disse...

Acho que seu vilão anda solto pelo mundo. Afinal, pessoas como ele não faltam.

Excelente. (rs)