terça-feira, 28 de agosto de 2012

Tal como a água e o azeite de jade

Citlali e Zollin Cuixtleuctic

Na verdade, faz sentido publicar este pequeno texto, depois de tantos meses sem vermos Citlali...só queria publicar isto mais tarde, mas enfim.  Depois conto o que aconteceu com Citlali.
 
 
Nas noites do Festival das Bandeiras, as margens nortenhas do Rio Bênção pareciam ainda mais geladas do que nunca. O Festival das Bandeiras, criado para celebrar a união entre a Senhora Melnjar (a primeira Imperatriz da Bellanária) e o Imperador, um antigo antepassado dos que viriam a ser os Aztecas, exilado da América central. Losjafhden era um lugar maldito, com uma neve acinzentada e áspera, lamacenta. Fazia com que a música que o velho oni tocava não fosse tão estridente e incómoda para os ouvidos dos dois feiticeiros orientais.

Mesmo assim, ao aportarem nas areias ásperas e geladas, perto da enorme casa Japonesa de madeira, o jovem ficou surpreendido. Há imenso tempo que não vinha ao Norte. A madrasta tinha-o proibido de se aproximar da meia-irmã, que apesar de tudo, era muito doce e amável para com ele.

Era como se o tempo nunca passasse na velha aldeia de Lisaiten. Ali nunca havia bandeiras, e o frio entrava dentro das orelhas pontiagudas do jovem feiticeiro, metade gato, metade humano…

«Que sítio tão triste…parece que até os ciprestes choram com esta horrível maldição, os oni transformaram o Rio sagrado de cor de jade numa cor feia de ocre, cinzenta, com o cheiro da morte…! Porque é que os habitantes de Lisaiten não pedem a ajuda à Senhora Melnjar e à Senhora Swertyhina?»

Que motivos os habitantes da aldeia Japonesa teriam para festejar? Comentara o velho feiticeiro de Magia Universal ao se aproximarem das imediações das ruínas que anteriormente fora a irmã gémea de Cy-bata Teito. De facto, a guerra tinha deixado uma horrível cicatriz na pobre vila de Losjafhden. E embora já se tivessem passado mais de cem anos da morte do Assassino do Amor,  ainda se respirava o cheiro a queimado. A alva há muito que passara, levando com ela as cores douradas e azuis do rio. O nevoeiro escuro, porém, era tão espesso que o Sol não conseguia chegar para além do topo dos centenários pinheiros bravos. A velha aldeia já não era mais do que uma sombra da antiga vila fronteiriça que atraía comerciantes vindos a subir as pesadas correntes Bellantes. Rukorou Ishikawa sabia perfeitamente que ninguém se atreveria a fazê-lo por esta altura do ano.

No entanto, no meio desta manhã com um sabor amargo a cinzas e a enxofre, uma velha senhora apareceu, a pentear o comprido cabelo sem brilho, negro com alguns fios de cabelo prateados, brancos como a Lua. A segurar-se nas confortáveis botas do Norte, ela lançou um olhar curioso para os dois visitantes.

- Onisamatzeka Kazue…! – Clamou o feiticeiro Japonês, ao libertar a âncora para o infinito leito do rio sagrado.

- Ishikawa…! – Resmungou a velha, ao apoiar-se no cajado de madeira. Esboçou um pequeno sorriso, enquanto o jovem olhava para ela com um ar simpático. – Sim, sou a esposa do velho Di Euncätzio Jamelino Beno …que quereis de mim?

Demorou-se um pouco no seu coxear, as cinzas da lanterna de papel a ocultar a fealdade do seu corpo encarquilhado, quase sem vida…Ou pelo menos era como Zollin a imaginava, por detrás da lanterna de papel e do biombo. A velha “Tia Kazue” era uma mulher que apesar de usar umas vestes dignas da mais nobre das mulheres Japonesas da altura, a sua aparência deixava a desejar, pois era demasiado alta para uma mulher e o nariz era um pouco como o de uma coruja sábia. As sobrancelhas há muito que lhe tinham sido arrancadas. A sua dieta de órgãos de crianças há muito que lhe fora negada. Sobrevivera aqueles últimos cem anos com os cadáveres de soldados humanos Bellantes, como uma velha hiena.

 

«Não te deixes iludir pela velha…no seu auge costumava ser uma assassina de humanos experiente!»

A velha não parecia ser assim tão má. Fez uma longa vénia, enquanto duas jovens e assustadiças açafatas de sangue humano seguravam num biombo que a separava dos dois feiticeiros. Apesar de andar com um cajado, havia algo de errado com o seu pescoço que denotava uma figura entroncada. Zollin era um quarto demónio e sabia o quanto as aparências iludiam.

A iniciação como feiticeiro mostrara-lhe que tinha de desconfiar do olho “humano” e confiar no olho “mágico”, aquele que segundo  Ishikawa, estava localizado na região entre as sobrancelhas. Durante os dias em que caminhavam como aprendiz e mestre, Ishikawa aparentava ser um velhote Japonês completamente normal. Mas a verdade é que continuava a ser um omyouji dotado e um incontestável estrategista!

Lançou um olhar curioso à velha nobre aparentemente inofensiva. Depois, mostrou a uma das criadas a adaga com uma lâmina afiada de obsidiana. Perto do punho feito da mais preciosa das madeiras, estava carvada na mistura de aço com obsidiana, a imagem terrífica de Enoque Di Euncätzio, a ajoelhar-se perante o jaguar Bellante.

Curvando-se perante a senhora viúva dos Demónios, Cuixtleuctic Zollin pousou a lâmina como símbolo de respeito não só perante a lei da Magia Negra, como também perante a Lei dos Humanos, das Fadas, e dos Deuses. Nesse momento, os seus olhos amarelos, cor de âmbar resplandecente, brilharam num tom arrepiante.

- Senhora Viúva Onisamatzeka…permiti que me apresente diante de vós: tende aqui, perto do Rio Bênção, Cuixtleuctic Zollin, um omyouji de segunda classe, servo da Guarda Imperial da Casa Di Neptunus. Tal como o seu falecido marido, tenho sangue de youjin. Porém, a tribo à qual pertenciam os meus antepassados, infelizmente há muito que foi chacinada não só pelos Humanos, mas também pelas conspirações do Mestre Di Euncätzio Samiel. Sei que odiastes esse homem que não pertençia nem a nação, tribo, raça ou classe. Sou apenas um instrumento dos Humanos. No entanto, vim aqui como diplomata em nome deles, e só espero que o seu cunhado, o milenar Mestre Saburou, nos aceite como hóspedes. – Declarou o jovem feiticeiro, com uma língua que deixou o velho samurai orgulhoso, embora o ocultasse por detrás da sua aparência sobranceira e austera de representante de Suryadevnahutbal.

Subitamente, uma voz ecoou no meio do nevoeiro cinzento:

- Tens uma língua afiada para quem convive com Humanos, rapaz cy-bata. Infelizmente, não creio que o teu mestre seja o mesmo Ishikawa quem eu conheci, há mais de mil anos atrás.

Numa das varandas da enorme e luxuosa, os olhos negros e penetrantes de Saburou brilharam com um ar trocista, quase céptico. De facto, o jovem filho da “mulher jaguar” tinha vindo como diplomata para conversar com os oni, sendo um quarto demónio. Infelizmente, por muito treino que o jovem com olhos de íris afiada tivesse, nada o teria preparado para se encontrar com um dos sobreviventes da milenar Guerra de Poriavostin. Envolto numa peliça de jaguar negro, o traiçoeiro Saburou Di Euncätzio envergava umas botas pretas de couro de serpente. A cobrir os cornos compridos de prata, um chapéu de veludo da cor do vinho ornava a cabeça comprida. O rosto estava de tal forma imerso na penumbra do nevoeiro que seria impossível um falcão ver a verdadeira forma do oni  de corpo elegante e atlético.

 «É ele que cria este nevoeiro à volta de Lisaiten…?»  Zollin controlou-se, com um franzir de sobrolho.

Subitamente, um maracujá oco abriu-se em cima da cabeça do jovem, uma coisa que o jovem nunca esperava que acontecesse.

 No entanto, Ishikawa sabia o que é que aquilo queria dizer! Nunca se sabia quando Saburou Di Euncätzio podia assassinar alguém…Fosse com um ataque surpresa de adagas, lacaios demoníaco, um gás letal solto de uma garrafa vazia, ou simplesmente com uma força da sua própria magia! De imediato empurrou o jovem aprendiz para outro lado, criando uma barreira com um murmurar rápido de palavras em Sânscrito em volta de si.

Para grande surpresa do samurai, o fruto vazio revelou apenas um banho de chocolate adocicado com baunilha.

As mãos enluvadas e prateadas do velho bruxo demoníaco pousaram num gesto um pouco aborrecido, enquanto os dois olhos negros reviravam num gesto de desprezo.

- Oh que pena, parece que é mesmo o maldito Ishikawa…! Só mesmo o idiota com um sentido de bonzinho como tu podia estragar o baptizo de partida de Magia Negra ao miúdo! – Comentou Saburou num tom de desdém. – Os Deuses devem ter-te dado o néctar da eternidade para me chateares até morrermos de tédio.

Ao acabar de pronunciar estas palavras, uma criada humana hipnotizada tocou um gongo, como se quisesse que alguma audiência invisível se risse.

Ishikawa retribuiu com o mesmo revirar de olhos. No entanto, sorriu com um ar cortês, sem nunca perder a compostura.

- E só mesmo um lunático como vós, Saburou Di Euncätzio, iria achar piada em brincar com a vida de pessoas inocentes!

A voz de Kazue ouviu-se, oculta através dos biombos:

- Como pode ser tão rude ao ponto de insinuar que eu e o meu irmão queríamos matar um rapaz que tem o mesmo sangue que nós?!

O velho guerreiro não teve outro remédio senão inclinar respeitosamente a cabeça. Que vergonha, tinha-se deixado levar pelo ódio que sentia…! Isso tornava-o igual a eles, àqueles demónios…Não, não podia pensar daquela maneira, pois a sua querida Airina era ela própria uma yaojin, mas da tribo dos Gemmyarkan. Tinha sido um amor proibido. Por causa daqueles Di Euncätzio, ele nunca fora capaz de lhe pedir a mão em casameno, e dar-lhe uma vida muito mais abençoada do que o de uma mulher demoníaca.

Soltou um longo suspiro.

- Peço imensas desculpas, não queria de maneira nenhuma ofender o vosso cunhado, muito menos a vós.

O perfume que saía do biombo era tão sedutor e suave que Zollin mal podia acreditar que aquela era uma mulher com mais de mil anos! A sombra do leque que a senhora trazia consigo abanou umas quantas vezes, satisfeita. O nevoeiro ainda não tinha-se desvanecido. Porém, a relva parecia menos gelada e lamacenta do que quando tinham chegado ao local.

Era como se fosse tão suave como uma nuvem. Tão sedoso quanto os biombos dourados, pintados de forma delicada, que ocultavam o verdadeiro rosto da senhora.

Ainda de joelhos, ele inclinou a cabeça num acto de pura submissão:

- Muito obrigada pela sua confiança e perdão, minha senhora, viúva do Barão Onisamatzeka.

Lentamente, a senhora pediu à rapariga que estava em cima da varanda para vir imediatamente. A seguir, esta fez sinal aos dois feiticeiros que esperassem uns momentos. Entre pequenos segredinhos em Bellante Arcaico, tanto a senhora como a rapariga faziam um murmurinho, incapaz de se ouvir claramente pelos ouvidos treinados, tanto do Mestre Ishikawa, quanto de Zollin.

Após uns breves minutos (que para Rukorou Ishikawa pareceram uma eternidade),  o rosto branco e suave de Kazue assomou por detrás do biombo. Os dois olhos azuis (da mesma cor que a segunda camada do grande e complexo quimono que ela usava, uma uwagi escura) espreitavam por detrás do leque branco. Ao virar o leque para outro lado, os olhos gelados contrastavam com a cor doce, apaixonante, húmida de dois lábios pequenos e sensuais, mordidos por dois dentes caninos e afiados, mais brancos que o rosto de mármore de esfinge arraçada de mulher nortenha Bellante. Apesar de tudo, os dentes ficavam-lhe bem, como dando um ar de deusa poderosa. De facto, Zollin pareceu ver diante de si a personificação de Nossa Senhora, a Imperatriz Melnjar.

Os olhos semicerrados eram uma característica das mulheres e homens do Norte. Mas, enquanto os olhos de Saburou Di Euncätzio pareciam ameaçadores, os da cunhada eram deliciosas melodias pintadas numa cor de lápis-lazúli.

De facto, nada no rosto da bela Kazue tinha envelhecido. Era como se ainda tivesse trinta e seis anos de idade. As orelhas – ocultas pelos longos fios de arminho que se estendiam até à neve – eram esculpturas de algodão-doce com pequenas pontas no topo, denotando o facto que ela era uma vampira Bellante do Vale Enublado.  Era uma Teyolloquani, uma bruxa Bellante.

Embora as mulheres que a ajudassem fossem muito bonitas, nenhuma se comparava com a beleza de Kazue. Zollin teve se concentrar. Não podia deixar-se enfeitiçar pelos olhos azuis de uma mulher com mais de mil anos.

Zollin estava completamente boquiaberto.

No entanto,  Rukorou Ishikawa era tão poderoso quanto Saburou Di Euncätzio. Franziu as sobrancelhas, desconfiado.

- Andais a pagar a renda à vossa cunhada com o quê, Saburou Di Euncätzio…? – Perguntou num tom neutro e frio o feiticeiro Branco.

- Tenho a ligeira impressão que não é isso que queres falar, meu caro Ishikawa…Afinal de contas, o grande comandante das Forças Especiais da Guarda Imperial Bellante jamais se exporia ao perigo no lugar mais amaldiçoado de toda a Bellanária. – A voz cínica e trocista de Saburou pigarriou ironicamente.

O jovem feiticeiro tirou do manto de guarda imperial uma taça com um pouco de Frambinam e chocolate quente. Com uma delicadeza digna de um príncipe, ele entregou a taça de barro. Porém, os seus olhos cor de âmbar brilhavam com um ar autoritário em direcção à mulher demoníaca, que abriu o leque de uma forma gelada e indignada.

- Ouvimos dizer que a tribo à qual pertence a Senhora Onisamatzeka Kazue era dotados em esculpir no vidro e no barro. – Comentou o jovem omyouji, com um pequeno sorriso. – É claro que as suspeitas não podem recair de todo sobre a viúva do respeitado Barão…

- Mas isso não significa que não queiramos saber onde é que está o filho do vosso cunhado, minha senhora.  – Acrescentou o Rei dos Feiticeiros Brancos, num tom muito sério. – Alguém da tribo dos Oni, da família Di Euncätzio, envenenou a Senhora Sacerdotisa de Melxocolatlbilar e tentou raptar o filho dela.

De repente, o vento começou a uivar, como se fosse um animal selvagem. Era tão cortante que o jovem podia jurar que era o olhar de Kazue que estava a controlá-lo!  Porém, ela não estava a olhar para eles.

A voz de um jovem criado humano acenou em direcção aos umbrais da casa infernal:

- Deveis estar a morrer de frio…O meu mestre, o Senhor Saburou pediu para vos informar que uma vez que sois mensageiros do Imperador, então sereis tratado como tal. Por favor, façai o favor de me seguir.

De facto, estava muito frio…No ermo daquele nevoeiro, tudo parecia triste, sombrio e abandonado. Era como se o Sol tivesse desaparecido.

«Acha que é boa ideia entrar naquele ninho de víboras? E só de pensar que foi ele que fez com que a pobre daquela rapariga sofresse…!»

«Enquanto eles estão distraídos comigo, põe uns selos à volta da casa.»

Zollin franziu as sobrancelhas, um pouco  surpreendido com a atitude do mestre.

«Quer que eu vá dar uma volta ao bilhar grande?»

Os dois olhos rasgados do samurai desonrado lançaram um olhar severo, mas compreensível em direcção ao rapaz.

«Sabes perfeitamente que não era isso que eu queria dizer, Zollin.  Precisamos de descobrir porque é que o filho do Hayato Di Euncätzio quis raptar a tua irmã, e ainda mais importante porque é que eles não queriam que a Senhora Claudinitiana tivesse um filho!»

O jovem cy-bata soltou um grande suspiro. Sabia que ainda era demasiado cedo para invocar um dos seus shikigami contra os demónios. Seria também uma perda de tempo: o velho Saburou Di Euncätzio parecia ser o tipo de oni que sabia os segredos da Magia Universal. E depois, quando os olhos azuis do mestre brilhavam daquela maneira, nem mesmo o Alto-Comandante Enok se atrevia a desafiá-lo. Enoque era sobrinho dos Di Euncätzio, mas só metade, uma vez que a mãe era produto de uma relação diferente do velho Yee. Tinha-se purificado ao entrar ao serviço do Imperador. Agora já não pintava o seu apelido com os caracteres Chineses, ou seja, mudara de nome. O próprio Ishikawa era chamado de “Rafael” quando estava em Suryadevnahutbal, e Zollin esforçava-se imenso para pronunciar o seu nome nos dialectos do Sul. Obedecer aos Deuses não era um trabalho fácil. Ao menos Zollin viera de livre vontade, e não fora forçado como a sua meia-irmã. Durante aqueles anos que passara em Petrybloom, ele aprendera a controlar as suas emoções.

O Mestre Ishikawa sabia que poder contar com ele. Respirando bem fundo, o jovem resignou-se e começou a espalhar um pó cor de lavanda à volta das grades esculpidas em madeira de mogno escuro que rodeavam a vivenda dos Onisamatzeka. Embora o Sol continuasse coberto pelas nuvens cinzentas de Inverno, respirava-se um ar fresco. Era a magia de Zollin. Ele conseguia fazer com que as árvores devolvessem a Losjafhden o esplendor dos pinheiros, ciprestes. Infelizmente, ele não conseguia devolver o verde às outras árvores. Muito menos o ar branco e limpo das estradas de pedra, construídas há décadas pelos Bellantes do nordeste. Alguma coisas ainda continuavam um pouco sombrias. Não havia nada a fazer pelos espíritos que outrora viviam naquelas águas calmas do Bênção.

Juntando calmamente as mãos, ele começou a pronunciar as fórmulas sagradas para formar uma barreira sagrada à volta dos umbrais da vivenda Lermmhiar. Enquanto o fazia, ele reparou que o mestre esboçava um pequeno sorriso. Estava dentro dos jardins, a acenar-lhe com uma mão. Ele sabia que estava a amarrar um nó no pescoço do próprio mestre…E se ele não sobrevivesse àquela missão…? Podiam acusá-lo de traição! No entanto, Zollin confiava no poder e sabedoria do velho feiticeiro…Confiava igualmente nas leis dos Demónios e da Magia Negra, que dizia que um bruxo jamais poderia matar os seus hóspedes! Além disso, aquela era a senhora que a meia-irmã ia tantas vezes visitar. Se Citlali confiava nela, então porque não poderia ele dar o coração a uma senhora tão encantadora...?

Com um pincel e uma caixa de bambu que trazia, sempre cheio de tinta, ele começou a escrever a pronúncia Chinesa do feitiço em vários papéis. A seguir, escolheu vários pontos estratégicos sobre os quais tinha espalhado o pó. Fez pontaria com o arco e as flechas que trazia juntamente com os seus shikigami e as várias poções, e atirou, flecha a flecha, os vários papéis. Tudo isto de forma a que a barreira fosse segurada por pontos. Tal e qual uma estrela de doze ângulos. Isso faria com que a barreira fosse mais eficaz num espaço de cerca de cento e oitenta e cinco metros quadrados. Seria precisa muita sorte para que algum demónio conseguisse entrar ou sair daquela barreira. Ou isso, ou que (ao pensar em tal hipótese, Zollin bateu contra a madeira oca de uma árvore de gingko três vezes) Hayato, Osamu e Yamellino voltassem do mundo dos mortos e decidissem ajudar a sua pobre família. Manteve-se sentado de pernas cruzados a murmurar constantemento o salmo mágico do feitiço, durante mais meia-hora, até que o brilho cor de lavanda das labaredas que rodeavam a vivenda maldita fosse suficientemente forte.

3 comentários:

Jotacarlos. disse...

Olá.
Passei rápido pra te ver.
saudades.
Muita coisa aconteceu, pra melhor, claro.
Blz em ver o teu trabalho seguir.
Grande beijo e faça do momento como
se fosse o último.
Sucesso sempre!

Jotacarlos. disse...

Olá.
Passei rápido pra te ver.
saudades.
Muita coisa aconteceu, pra melhor, claro.
Blz em ver o teu trabalho seguir.
Grande beijo e faça do momento como
se fosse o último.
Sucesso sempre!

Tifon disse...

Muito obrigada pelo comentário...

Gosto muito de ouvir um feedback de vez em quando mas também nunca esqueço os amigos, claro..

Um grande abraço