terça-feira, 24 de julho de 2012

Perto da cerejeira no Verão

Uma pétala cai no meio do lago perfumado,
Lago dos teus olhos,
Ao ver os dourados folhos do vestido amado,
Bela flor de cerejeira,
Tão perto e tão longe,
Está o meu amor monge,
Amor perfumado de macieira,
Só para  ti, querida moça gracejeira...!

Perto da cerejeira,
Sinto-te mais perto da ceifeira,
Do que nunca, linda cantadeira...

O meu coração é tão humilde, pobrezinho,
O meu coração amolece-se diante do teu olhar,
Com um pequeno alaúde, já velhinho,
Confesso aquilo com o qual não te posso falar!

Perto da cerejeira,
Sinto-te mais perto, fico como o pessegueiro,
No tempo da seca, o pobre amante cantadeiro! 

Pequena camponesa, sempre que te vejo a trabalhar,
Pequena camponesa, sempre que cheiro o teu perfume,
Vem-me à boca uma sensação de cantar,
Mesmo que respondas com azedume! 

Perto da cerejeira,
Sinto-me como se tocasse nas tuas costas de flor,
Não é ilusão, é uma sensação agridoce, não é quase dor...!

É como a tangerina, 
Tem um sabor sumarento e cremoso,
São assim os teus lábios de menina,
Tal como um pastel delicioso! 

Perto da cerejeira, 
Sinto-me cada vez numa doideira, 
O que é que me fizeste, bela e simples ceifeira...? 

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