segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

a Nuvem Doce:... Mistério na Comida


Situado na Inctaluatalidenistados Rue, nos arredores da Cidade dos Deuses, é a pastelaria fundada pela terna e doce mãe de Pedro, uma fada com o distinto nome de Susana Linsra, nos meados dos Anos 70. O meu namorado sabe pouco dela, a única coisa que sabe é que o tem nas fotografias a preto e branco: uma rapariga dos seus dezoito anos, sempre junto ou na Cidade dos Deuses, juntamente, com um homem de cabelo grisalho de cinquenta anos, alto, com um sorriso afável e misterioso. O nome desse homem é Aurélio Apolinnaris, o pai de do meu grande amigo. Ao lado deles, está um jovem dos seus trinta anos, com expressão insensível, fria, e distante, cabelos negros volumosos presos por várias tranças atrás, como usavam os antigos guerreiros Aztecas, e um casaco de couro à Michael jackson, e olhar de felino negro. Esse seria o único parente vivo do meu amigo, o Tio Custódio Epifânio Tezcatlipoca. Não confundas o último nome dele com o verdadeiro nome daquele deus azteca, cujo significado é “Espelho Fumegante”. O Pedro já me explicou que ele prefere ser chamado no bairro por “Tezca”, ou por Sr. Epifânio, e é assim que os pequenos fregueses o tratam, se não querem levar um puxão de orelhas, no entanto, os vizinhos e os filhos dos vizinhos continuam a chamá-lo de Tezcatlipoca, quando não está presente, é claro. Chamam-lhe assim, porque ele passa a vida a dizer «Olhe-me só o preço desta bebida: quase passa pelas mãos, como o fumo…» É o slogan dele, e o Pedro já me explicou o porquê de ainda não o ter posto à beira da tabuleta da velha pastelaria; mas disse-me que, as velhas garrafas são feitas de vidro de obsidiana, que, com a espuma do álcool, aquilo quase que tem fumo nas garrafas do bar do tio dele. Eu também não compreendi lá muito bem a piada, mas isso é lá com o velho humor bellante. O Tezcatlipoca tem uma voz muito sibilante e rouca, como se fosse o rosnar de um velho jaguar, e é muito desconfiado, mas algumas vezes, costuma brincar – assustar – as criancinhas que vêem à pastelaria dele comprar a farinha para as mães.
Na hora do almoço, eu costumo passar por lá para comer qualquer coisinha antes de voltar para a escola, e o mais engraçado é que ele é um excelente cozinheiro e um óptimo negociante. É muito esperto para a idade que tem, que devem ser para aí uns cinquenta anos, e costuma estar sempre com o cabelo curto, ao contrário das fotografias, com gel à maneira, como a malta nova aqui da geração moderna.
Contudo, a gabardina à Michael Jackson e o avental preto axadrezado com riscas vermelhas e pretas ainda não desapareceu. Ou está muito bem disposto, normalmente, a assobiar uma melodia bellante típica, arrumando a loja com a ajuda do sobrinho, ou está de péssimo humor, com um ar arrepiante.
O facto de ter aceitado tomar conta do filho da cunhada enquanto esta era levada para a Ilha da Morte não foi um acto de pura generosidade – cá para mim ele só quer aproveitar-se de ter um ajudante e empregado à borla.
Enfim, eu não me meto em discussões familiares, e o Pedro já tem demasiados problemas na vida dele.
Ao princípio, o Nuvem Doce é muito atraente e simpático, mas logo se vê que o tio do meu amigo é pão e bolor, bolor e pão; ou seja, não é lá muito de confiança…acho eu. Eu só como lá às terças e quintas porque é barato, e depois não tenho de ouvir a minha família com mais uma das discussões.
O mistério é…como é que o pai do Pedro morreu?... Quer dizer, um cyborg não morre assim tão facilmente, a seguir aos Bruxos, eles são uma das mais poderosas raças de feiticeiros de todas as Ilhas das Bellanárias.
Tezcatlipoca tem uma perna de metal, e, misteriosamente, uma vez, quando se vi a cortar-se com uma das facas, ele não sangrava. Ora, os Cyborgs têm de ter sangue, ao menos mágico nas veias, senão, não eram Cyborgs, eram Deuses, porque os Deuses não sangram!...
E porque é que a mãe de Pedro não é descrita como uma personalidade dominante na vida dele enquanto criança, porque é que ela foi separada, porque é que os Bruxos odeiam tanto os Cyborgs?

1 comentário:

Anónimo disse...

É muito bom poder estar de volta. Depois de um mês para se esquecer e de uma gripe muito violenta, voltei para a rede normalmente.

Gostei do texto e vejo claramente que seu desenvolvimento vem progredindo grandemente.

PS: Esse pirulito aí deu água na boca... (rs)

Um abraço.