quarta-feira, 10 de setembro de 2008

A Lua dos Meus Sonhos - situação política...


Era por isso que, agora, em 1932, mais do que nunca, a Rainha das Fadas dizia às suas vassalas para que não atravessassem a floresta sozinhas ou que fossem à cidade sempre com alguém como companhia. Havia muitas questões políticas em jogo, na capital da Bellanária, a enorme Cyborg Town, os Nazis começavam a ganhar poder na Alemanha graças ao grande apoio da classe dos Bruxos; a Serpente de Fogo acabara de ser nomeada regente a seguir ao seu pai, o Rei Neptuno, que estava nos seus últimos anos de vida; o povo citadino já começava a queixar-se que não queria uma fada como rainha; até o Conselhos da União dos Cyborgs e Feiticeiros Brancos fora abolida; havia uma crise mundial por resolver; a Rússia acabava de sofrer as consequências duma Revolução; Portugal estava num estado de depressão incrível; os partidos na Espanha estavam muito tensos; a Itália vivia já num regime ditatorial; e, quanto à pobre Bellanária, continuava mais firme do que uma rocha, enquanto os olhos invejosos da Ásia, da África, da América Latina. No entanto, a Princesa, como primeira lei, acabara por abolir o uso de qualquer objecto mágico que pudesse matar, e que apenas os feiticeiros mais ricos, e experientes pudessem usar esse tipo de armas. A era da Magia Negra acabara no príncipio do século vinte, a era da Magia Universal acabava de nascer, uma magia tão poderosa que seria preciso Deuses para a derrotar. Havia uma lenda acerca deste terceiro e extremo modo de magia: inventado pelo Deus Tut do Conhecimento, era uma magia com milhares, talvez milhões de anos, com o único propósito de acabar a disputa entre as trevas e a luz, a Magia Branca e a Magia Negra, o Bem e o Mal, fazendo um equilíbrio entre os dois. Esta Magia Universal era a Energia Radioactiva da Feitiçaria: os poucos que a possuíssem dentro si, teriam à sua espera o mais alto dos pedestais dos níveis de Feiticeiros, talvez nem o próprio Rei dos Bruxos seria capaz de competir com tal poder. Ora perguntam vocês “Como é que a Bellanária podia estar tão bem em relação ao mundo?!” A resposta é simples: por causa da rica princesa salamandra, a linda e desembaraçada Princesa Swerdinada, a única sobrevivente do assassinato e violação às sete filhas de Neptuno por Rwebertan Samiel Di Euncätzio, um bruxo tão vil e horrível, que, dentro do seu espírito, nada havia senão as vozes da vingança!
Este Assassino do Amor, uma vez servo de Tsesustan, ficou perdido de amores pelas sete princesas, mas a cada uma a virgindade arrancava, mais a sua alma ficava escurecida. Só Swerdinada fugiu a este terrível destino, nunca se soube como e quando…!
O milagroso facto é que esta rapariga, trespassada pelas lâminas do mais poderoso bruxo que há alguma vez a Bellanária ouviu falar, regressou dos mortos como princesa herdeira.
A linda Swerdinada, ia fazer nesse ano e dia os seus dezoito anos, e, era, igualzinha à dríade de quem estamos a referir, excepto o facto da ninfa de fogo ter nascido das últimas chamas de paixão e sensualidade que havia entre o Rei Neptuno e a Rainha Melnjar, que morrera de velha em 1929, catorze anos depois do nascimento da oitava pobrezinha salamandra, que não era nada menos que um avatar da Princesa que tinha sido esposa do poderoso Assassino do Amor.
Para compensar a perda da mãe à querida filha, o sempre caridoso e protector rei decidiu cobrir a bela princesa de mimos e guardiães.
Em breve, a vida, para a quente e selvagem Swerdinada tornou-se maçadora, dentro das muralhas do palácio.
Swerdinada era a cópia exacta de Sara, se não fosse pelo seu impetuoso comportamento da princesa. Rodeada sempre por homens, e educada numa sociedade maioritariamente machista, por mais surpreendente que pareça, a princesa saiu uma magnética, criativa e encantadora fada, que, por vezes, embriagada na fama e no deleite de ser admirada pelo povo atlante, tornava-se um pouco egoísta e demasiado brincalhona para as austeras tradições atlantes. Pomposa, mas ingenuamente generosa e amorosa com aqueles que amava, era muito bondosa e carinhosa por detrás daquele ar vaidoso, principalmente para com os mais desfavorecidos.
Além disso, tinha princípios, contra os homens, por exemplo: era uma fervente feminista. Era uma pessoa dum carácter bastante duvidoso: não gostava de homens arrogantes e convencidos, mas adorava fazer-se sentir desejada. Misteriosa, mas com um ar nobre e personalidade de líder, o seu lema era “A força de vontade dum homem move montanhas!”, aliás, duma mulher, que movia toda a Bellanária.

2 comentários:

Jotacarlos. disse...

Por um momento nos imaginamos num mundo mágico.
Um abraço.

Anónimo disse...

Grande estrutura. Foi tocante a estória e a idéia do mundo mágicamente tocado e moldado por essa magia é ótima.